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China impõe limites e tarifa alta para importação de carne bovina

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A China anunciou nesta quarta-feira, 31, que vai implementar medidas para controlar a importação de carne bovina. O Ministério do Comércio do país comunicou que serão estabelecidas cotas específicas para cada país exportador, além de uma tarifa extra de 55% para os volumes que ultrapassarem essas cotas. Essas regras começam a valer a partir de 1º de julho e permanecerão em vigor por três anos, até 31 de dezembro de 2028.

O Brasil, principal exportador de carne bovina para a China, terá uma cota anual de 1,106 milhão de toneladas sem cobrança adicional de tarifa em 2026, que aumentará para 1,128 milhão de toneladas em 2027 e 1,154 milhão de toneladas em 2028. Considerando os dados até novembro deste ano, o Brasil já exportou 1,499 milhão de toneladas desse produto ao mercado chinês, totalizando US$ 8,028 bilhões.

Essa decisão era prevista tanto pelo governo quanto pelo setor produtivo brasileiro, que estão preocupados com o impacto negativo na venda da carne ao mercado asiático. O governo chinês havia indicado anteriormente que adotaria uma salvaguarda moderada para minimizar os efeitos na relação bilateral entre os países.

Além do Brasil, outros grandes exportadores também terão suas cotas limitadas conforme sua participação nas exportações para a China. A Argentina terá uma cota de 511 mil toneladas, o Uruguai 324 mil toneladas, a Nova Zelândia 206 mil toneladas, a Austrália 205 mil toneladas e os Estados Unidos 164 mil toneladas.

O Ministério do Comércio da China justificou a medida afirmando que o aumento das importações prejudicou severamente a indústria nacional de carne bovina e que existe uma ligação direta entre o crescimento das importações e esses prejuízos.

O governo informou que a alíquota de 55% será aplicada sobre os volumes que ultrapassarem as cotas, além das tarifas vigentes atualmente para cada país. As cotas que não forem utilizadas durante o exercício não poderão ser transferidas para o ano seguinte.

Durante esses três anos, as medidas especiais previstas no acordo comercial China-Austrália serão suspensas. Além disso, países e regiões em desenvolvimento que tenham quotas inferiores a 3% e que a cota total da região não ultrapasse 9% estarão isentos dessas medidas.

A investigação que resultou nessa decisão foi iniciada em 27 de dezembro de 2024 e teria prazo até 26 de janeiro para conclusão. Criadores chineses pressionaram o governo local para limitar as importações devido à queda dos preços da carne e do pagamento aos produtores locais, causada pelo aumento da oferta estrangeira.

O Ministério do Comércio da China ressaltou que as medidas poderão ser ajustadas durante o período de vigência, caso seja necessário.

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