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Israel bloqueia 37 ONGs que atuam em Gaza

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Israel comunicou nesta quarta-feira (31) que 37 organizações humanitárias terão suas atividades suspensas em Gaza a partir de 1º de janeiro, caso não apresentem detalhes sobre seus trabalhadores palestinos, decisão que gerou críticas da ONU e da União Europeia.

“Eles recusam-se a revelar as listas de seus funcionários palestinos porque reconhecem, assim como nós, que alguns têm ligações com terrorismo ou com o Hamas”, afirmou à AFP Gilad Zwick, porta-voz do Ministério de Assuntos da Diáspora e do Combate ao Antissemitismo.

De acordo com o porta-voz, 37 entidades ainda não cumpriram essa exigência. O prazo termina à meia-noite desta quarta-feira, porém Zwick expressou dúvida quanto à adesão tardia: “duvido muito que façam agora o que não fizeram em dez meses”.

Conforme o ministério, esta ação visa atualizar e fortalecer as normas que regulam as operações das ONGs estrangeiras nos territórios palestinos.

O Hamas classifica a iniciativa de Israel como um “ato criminoso” que representa uma “grave escalada e um desrespeito evidente ao sistema humanitário”, declarou o grupo em nota oficial.

“Exigimos da comunidade internacional, sobretudo das Nações Unidas, que tomem medidas rápidas e efetivas para repudiar essa ação”, acrescentou o Hamas.

Israel destaca especificamente a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF), acusando-a de empregar dois membros da Jihad Islâmica e do Hamas.

Além da MSF, a lista de 37 ONGs inclui o Conselho Norueguês para os Refugiados (NRC), o World Vision International, a CARE e a Oxfam, conforme informado por Zwick.

Garantia de ajuda humanitária

Entidades humanitárias indicam que a nova regra dificultará a entrega de suprimentos em Gaza, onde a ajuda disponível é insuficiente para atender a população.

O Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, qualificou a decisão como “indigna” e pediu aos países que insistentemente cobrem uma reversão dessa postura de Israel.

A União Europeia também alertou que a medida bloqueará o fornecimento de assistência essencial. A comissária europeia de Ajuda Humanitária, Hadja Lahbib, ressaltou que a atual lei de registro das ONGs é inaplicável em sua forma vigente.

Na terça-feira anterior, ministros das Relações Exteriores de dez nações já tinham solicitado a Israel que assegure o acesso contínuo à ajuda humanitária em Gaza, destacando a situação como “grave e urgente”.

Embora o acordo de cessar-fogo iniciado em 10 de outubro tenha previsto a entrada diária de 600 caminhões com assistência, a quantidade real varia entre 100 e 300, segundo entidades humanitárias e a ONU.

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