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Grávidas enfrentam dificuldade em atendimento na rede pública

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Grávidas que procuraram hospitais da rede pública de saúde do Distrito Federal enfrentaram dificuldades para serem atendidas neste domingo (25). Outras pessoas com problemas de saúde também não conseguiram consulta com profissionais de diversas especialidades. A Secretaria de Saúde confirmou problemas elétricos e de superlotação, mas disse que não houve falta de médicos.

No Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib), na Asa Sul, um ar-condicionado estragou. As grávidas que chegaram ao local para a internação tiveram de procurar outro hospital ou retornar para casa. O atendimento era realizado somente para pacientes com risco de morte. Na recepção, havia um aviso alertando a população para o risco de infecção e sensação de mal estar.

Segundo a secretaria, o problema no equipamento levou a unidade a atender apenas “gestantes de alta complexidade, em trabalho de parto ou com sangramento, por exemplo”. A pasta diz que o contrato de manutenção não foi renovado pela gestão anterior e que um acordo emergencial deve ser firmado nesta semana.

Com parto marcado para o final de semana, a estudante Dayane Alves chegou ao Hmib às 3h do domingo (25) para ser internada. Seis horas depois, às 9h, ela não havia sido atendida. Antes de ir ao Hmib, Dayane foi ao Hospital Regional de Brazlândia. Ela disse que não conseguiu ser atendida na unidade de saúde, pois o médico estava dormindo.

“Eu fiquei esperando, esperando. Fui perguntar porque estava demorando. Falou que o médico estava dormindo e não ia acordar. Vai que eu posso perder. Porque se passar da hora, pode perder, né?”, afirmou. Após desistir de ter o parto realizado no Hmib, ela seguiu para o Hospital de Ceilândia. Outras duas grávidas foram levadas de ambulância para Samambaia.

Em Ceilândia, grávidas também não conseguiram ser atendidas. A dona de casa e grávida de nove meses, Marlene Cardoso, esperava há 9h por conta da falta de médicos suficientes. “Falaram para aguardar, porque não tem médico e não está tendo vaga para encaixar.”

Para piorar a situação, o hospital teve duas quedas de energia. O funcionamento continuou mantido pelo gerador, segundo a chefia de equipe da unidade, mas de acordo com pacientes, o local ficou meia hora sem luz. Segundo a Secretaria de Saúde, as equipes estavam completas, mas o atendimento na emergência foi lento devido ao grande número de pacientes graves.

Quem procurou as emergências de hospitais da rede pública do DF também teve dificuldades. No pronto-socorro do Hospital de Ceilândia, o pedagogo Jackson Milhomem buscava atendimento para a filha, Vanessa, depois de ir à uma Unidade de Pronto Atendimento da cidade, sem sucesso.

“Quando me dirigi ao balcão, a pessoa disse que não teria médico, não teria como atender. Eu disse ‘mesmo sendo caso de emergência?’ Ela disse não”, reclamou.

Vanesse até conseguiu fazer os exames depois de algum tempo, mas não pôde buscar os resultados. “Falou que estava sem energia e tem um aparelho que não está prestando. Estou com dores e queria pelo menos um tipo de medicamento para tomar, para ver se aliviava. Disse simpesmente ou você volta à tarde ou à noite ou na manhã seguinte. Somente isso.”

No Hospital de Taguatinga, pacientes tinham de esperar em pé por atendimento já que os bancos da recepção estão quebrados. A escala dos médicos de plantão não estava disponível. De acordo com a secretaria, o atendimento no local era prestado por 16 médicos entre clínicos, pediatras, ortopedistas, ginecologistas, cirurgiões e cardiologistas.

A professora Rita dos Santos procurava um cardiologista, pois estava com suspeita de infarto. Este era o segundo pronto-socorro pelo qual passava. “Falaram que o sistema está lento e vai demorar. É ruim quando respira.”

Acordo
Para tentar melhorar a situação da saúde pública do Distrito Federal, o governador Rodrigo Rollemberg deve assinar nesta segunda, às 14h, um acordo com o Ministério da Saúde.

O tratado prevê cooperações técnicas entre a unidade federativa e o governo federal, além de fornecer servidores especializados para rever contratos e realizar planejamentos para o setor.

Fonte: G1

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