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Chefe do batalhão de trânsito foi exonerado após ‘buzinaço’ na Esplanada

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O comandante do Batalhão de Trânsito, tenente-coronel Evaldo Soares, deixou o cargo após caminhoneiros que estavam concentrados no estacionamento do Estádio Nacional Mané Garrincha fazeram um “buzinaço” na Esplanada dos Ministérios na tarde desta quarta-feira (4). A Polícia Militar diz que ele “colocou à disposição o cargo que ocupava” e que avalia a saída do policial. Procuramos o comandante, mas ele preferiu não comentar o assunto.

Um membro do batalhão informou à reportagem que Soares foi exonerado e negou que ele tenha colocado o cargo à disposição. Segundo o servidor, após os caminhoneiros fazerem a passeata Soares foi chamado pelo comandante-geral da PM, coronel Florisvaldo César, para dar explicações sobre o motivo da liberação do deslocamento dos caminhoneiros.

Ainda de acordo com o policial, o comandante-geral afirmou que Soares descumpriu um acordo entre o GDF e o governo federal de que os caminhoneiros não poderiam sair do estacionamento do estádio. Procuramos o GDF, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.

O ato fez parte dos protestos iniciados há duas semanas contra a alta do diesel, o valor dos pedágios e a redução do preço do frete, entre outras pautas. Os veículos seguiram em fila indiana pelo Eixo Monumental, com o intuito de sensibilizar a população sobre a causa da categoria. O “caminhonaço” serviu como uma despedida dos trabalhadores, que deixaram a capital federal na noite desta quarta.

O policial contou que Soares decidiu liberar o deslocamento dos caminhoneiros até o Congresso Nacional porque um grupo de quatro pessoas infiltrado no movimento queria interditar a rua e fazer “baderna”.

“Ele deixou os caminhoneiros darem uma volta na Esplanada para evitar um problema maior e de lá eles seguiriam viagem. O ‘buzinaço’ em si não estava autorizado, somente o deslocamento até o Congresso”, disse. “Os caminhoneiros foram escoltados, ocuparam só uma faixa e não houve nenhum congestionamento ou problema para a sociedade. Tudo foi calculado, o horário, o local. Eles queriam mostrar que estiveram aqui em Brasília.”

Cerca de 50 caminhões estavam estacionados em frente ao estádio desde a manhã desta terça-feira (3) para tentar dialogar com o governo sobre as reivindicações da categoria. Eles chegaram escoltados por equipes do Batalhão de Trânsito da Polícia Militar. O primeiro deles tocava o hino nacional e o restante estampava faixas em verde e amarelo.

O caminhoneiro Alceo Tramujas, de 41 anos, classificou como “lamentável” a saída de Soares do batalhão. “Se tem uma pessoa que foi fundamental na nossa organização e na tranquilidade do nosso movimento em Brasília foi o coronel Soares. Ele foi uma peça importante na nossa estada”, disse. “Estou chocado com essa informação e muito consternado. O coronel deu um suporte para a gente que em nenhum outro lugar nós recebemos. É lamentável essa história, um absurdo.”

Tramujas afirmou que o deslocamento até a Esplanada dos Ministérios foi feito em acordo com Soares. “Ele tinha dito que não tinha problema, nós fizemos tudo o que ele pediu. Se soubessemos que isso iria colocar em jogo o emprego dele, nunca teríamos feito”, afirmou. “O que a gente foi buscar em Brasília a gente conseguiu e ele foi essencial para nossa conquista.”

Reunião
Durante encontro com o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto, na tarde desta quarta-feira, os caminhoneiros da região Sul do país entregaram a ele uma pauta com sete reivindicações. O primeiro item do documento é o pedido de desoneração do diesel combustível, utilizado pelos veículos de grande porte.

“Não falaram nem que sim, nem que não. Vamos ter outra reunião no dia 10. Agora, a gente vai retornar para casa, para o Sul, e retomar o trabalho”, diz um dos organizadores da comitiva, o caminhoneiro Fábio Luis Roque.

Segundo ele, a redução do preço do diesel é a pauta mais sensível do grupo, sem a qual não pode haver acordo. A categoria também pede um crédito de R$ 50 mil para os caminhoneiros autônomos, com parcelamento em 24 vezes e juros de 2,5% ao ano. Para os financiamentos já contraídos com o BNDES, os trabalhadores querem uma carência de 24 meses para dar início à quitação. O restante da pauta não foi divulgado.

Fonte: G1

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