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Secretaria municipal afirma que São Paulo vive epidemia de dengue

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A Prefeitura de São Paulo diz ter registrado 38.927 casos confirmados de dengue nas 16 primeiras semanas do ano. O número é 2,7 vezes maior que o mesmo período de 2014, quando a cidade computou 14.219 casos. Até agora, a Secretaria Municipal da Saúde confirmou oito mortes decorrentes da doença. Outros 25 óbitos são investigados.

Com os 38.927 casos registrados, a taxa de incidência chegou a 340,1 casos por 100 mil habitantes, patamar considerado epidêmico. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é considerada epidemia quando os casos passam de 300 por 100 mil.

“Na média, o município está em uma situação epidêmica”, afirmou o secretário-adjunto de Saúde, Paulo Puccini.

Ele, porém, ressaltou que não há motivo para pânico. “A média é uma medida burra quando eu tenho distribuições irregulares, diferenças muito grandes no município”, afirmou. Para o secretário, bairros com altíssimas taxas de incidência, como Pari (1.482,5 casos por 100 mil habitantes) e Brasilândia (1.879,9) puxaram a média para cima.

Dos 96 distritos da cidade, 31 enfrentam epidemia da doença, sendo a maioria na Zona Norte (38,7%).

O bairro com mais casos é Brasilândia, que registrou 5.076. Também estão em situação de epidemia Pari, Raposo Tavares, Pirituba, Freguesia do Ó, Jaraguá, Cidade Ademar, Cachoeirinha, Rio Pequeno, Perus, Limão, Parque do Carmo, Casa Verde, Pedreira, Vila Maria, Itaquera, Jardim Ângela, São Miguel, Ermelino Matarazzo, Mooca, Penha, Aricanduva, Jabaquara, Vila Medeiros, Vila Prudente, Jaçanã, Capão Redondo, Cangaíba, Bom Retiro, Vila Formosa e Lapa.

Segundo o secretário-adjunto, apesar do elevado número de casos, a tendência é de estabilização. Ele apontou a constante queda nos registros entre a 12ª semana do ano (quando foram notificados 5.953) e a 14ª (4.277). “Estabilizamos os o processo de crescimento da dengue.”

Mortes
Até agora a capital registrou oito mortes causadas pela doença neste ano. A primeira ocorreu em 26 de janeiro: uma mulher de 84 anos que morava em Brasilândia. Ela era hipertensa.

O segundo óbito ocorreu em 9 de março, no Jardim Ângela. A vítima foi um menino de 11 anos que sofria de aplasia medular e anemia. Em 10 de março morreu um homem de 52 anos, morador da Vila Medeiros, que era hipertenso e fumante. A quarta morte ocorreu em 18 de março, no bairro Lajeado: uma jovem de 27 anos  que não tinha nenhuma doença preexistente.

A quinta vítima foi uma idosa de 92 anos que vivia no Jaraguá. Sua morte ocorreu em 24 de março. No dia 31 de março, uma mulher de 41 anos, que morava no Grajaú, foi vítima da dengue. Ela não tinha outras doenças.

Em 7 de abril, uma jovem moradora de Cidade Líder de 25 anos, também fora do grupo de risco, morreu. Segundo o secretário-adjunto, a vítima demorou para procurar ajuda. “Os dez primeiros dias da dengue são os mais críticos”, afirmou. A última vítima foi uma mulher de 64 anos, moradora de Cangaíba, que havia sofrido um derrame cerebral e que tinha crises convulsivas.

Exército
Um grupo de 50 homens do Exército passou a integrar equipes de combate à dengue em São Paulo no fim de abril. Os soldados iniciaram os trabalhos no bairro do Limão, na Zona Norte.

Eles fazem duplas com agentes de saúde de manhã e à tarde para facilitar a entrada das equipes em imóveis que podem ter focos do mosquito transmissor da doença.

A Prefeitura pediu apoio do Exército porque uma das dificuldades que os agentes de saúde encontram nas ruas é a resistência dos moradores. Na capital, de cada dez casas visitadas, em duas os agentes não recebem autorização para entrar.

Por enquanto, todos os homens do Exército vão trabalhar na Zona Norte que é a região em situação mais crítica.

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