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Alckmin diz que SP ‘está no melhor momento’ e nega rodízio 5 x 2

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O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), negou nesta sexta-feira (8) a possibilidade de implantação de rodízio de cinco dias sem água por semana nas regiões abastecidas pelo Sistema Cantareira no período de seca.

“As coisas são tiradas e desinformam a população. O que a Sabesp fez foi o chamado plano de contingência, então, não tem nenhuma hipótese de ter rodizio 5x 2, nada.”, afirmou Alckmin durante evento de saúde e bem estar em um hotel na Zona Sul de São Paulo.

Nesta sexta-feira, o jornal “O Estado de S. Paulo” publicou reportagem que um novo plano da Sabesp voltou a propor o rodízio de 5 x 2. Mas, segundo Alckmin, a situação atual do Sistema Cantareira não sinaliza a necessidade de um rodízio.

“Estamos no melhor momento. Nós tínhamos 5% [do nível do Cantareira] há 60 dias atrás, no comecinho de fevereiro, no Sistema Cantareira. Hoje, temos 20%, sem contar a terceira reserva técnica, que você pode utilizar a qualquer momento, não precisa nem obra, e sem contar a quarta reserva técnica. E nós ainda vamos ter 1 metro cúbico por segundo a mais em maio do Rio Guaió”, disse.

Em janeiro, o diretor da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), Paulo Massato, admitiu que a empresa poderia adotar rodízio de cinco dias sem água por semana se o volume de chuvas não aumentasse no Cantareira. Depois disso, o governador negou uma medida tão drástica no período de estiagem.

Em nota, a Secretaria de Recursos Hídricos informou que as simulações citadas pelo “O Estado de S. Paulo” “não passam de rascunhos de um grupo de trabalho que sequer concluiu suas análises” e que no término das atividades apresentará a proposta ao Comitê da Crise Hídrica e definirá a versão final do plano de contingência unificado entre as cidades da Grande São Paulo. A Sabesp não se manifestou sobre o assunto.

Terceira queda no mês
O nível de água dos reservatórios do Sistema Cantareira caiu 0,1% nesta sexta-feira, segundo boletim divulgado pela Sabesp. Agora, as represas operam com 19,6% da capacidade para abastecer 5,4 milhões de consumidores na capital e região metropolitana. No começo do mês, o manancial operava em 19,9% e teve três quedas desde então.

O governo de São Paulo promete entregar até o fim desse mês a obra que vai permitir a retirada de 1 metro cúbico por segundo de água do Guaió, que fica em Suzano, e transferi-la até a represa Taiaçupeba, que faz parte do Sistema Alto Tietê. O volume adicional pode abastecer 300 mil pessoas, segundo a Sabesp.

Reajuste menor e obras
O governador disse considerar “correto” o reajuste de 15,24% na tarifa de água cobrada pela Sabesp. O aumento foi aprovado pela Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp), mas está abaixo dos 23% pedido pela Sabesp.

Segundo o presidente da companhia de abastecimento, Jerson Kelman, obras consideradas não prioritárias serão adiadas por causa do reajuste menor. “A decisão da Arsesp foi correta. A Arsesp verificou todos os indicadores e aumento de custo, especialmente o da energia elétrica, queda de produção pela restrição hídrica, questões da chuva, e corretamente estabeleceu o valor”, afirmou Alckmin na quarta-feira (6).

Há menos de seis meses a conta teve um reajuste de 6,5%. A Arsesp explicou, na página oficial na internet, que o novo aumento de 15,2% se deve ao prejuízo da Sabesp com a crise hídrica e com a maior demanda de energia elétrica usada nas bombas.

Alckmin garantiu que nenhuma obra importante contra a crise hídrica prevista para este ano será afetada. Segundo ele, a companhia pagará a diferença dos valores previstos se houver falta de recursos por causa do reajuste menor.

“A Sabesp tem uma grande capacidade de investimento e as obras prioritárias elas serão mantidas com recursos próprios da Sabesp e com financiamento que já estão estabelecidos”, disse.

Quando as represas secaram no ano passado, o lucro da Sabesp caiu dos quase R$ 2 bilhões em 2013 para R$ 903 milhões em 2014. Mas, de acordo com o governador, apesar de a Arsesp ter permitido que a Sabesp suspenda, quando quiser, a política de descontos para equilibrar o caixa, o bônus na conta será mantido.

Alckmin apontou uso racional da água e obras estruturantes já em andamento como a estratégia para que São Paulo passe pelo período seco com garantia de abastecimento da população.

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