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O que está ruim ainda pode ficar pior

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Hospital de Ceilândia sofre com super lotação

A falta de médicos é o principal problema apontado não só pela população, mas também por especialistas. Um ano após uma vistoria do Ministério Público e do Conselho Regional de Medicina na unidade, várias deficiências persistem.

 Na visita realizada no dia 23 de abril de 2012, as autoridades encontraram um deficit de pessoal, principalmente em relação aos médicos na clínica médica e na enfermaria interna. As falhas no sistema de informática eram frequentes e não havia servidor de informática lotado no hospital para resolver os problemas.

Foi constatada, também, a presença de pacientes de ortopedia internados em corredores e alguns esperando mais de 30 dias por cirurgia. Os prontuários também eram um problema, já que as folhas avulsas onde eram registrados os prontuários se perdiam facilmente e prejudicavam, especialmente os retornos. Estiveram no HRC representantes do  CRM-DF, do Sindicato dos Médicos do DF (Sindimédico) e do ConselhoRegional de Odontologia (CRO-DF).

Com sintomas de dengue, a estudante Talita Avelar, 20 anos, aguardava atendimento por mais de duas horas. A espera parecia não ter fim. O namorado da jovem, o recepcionista Cristiano Rodrigues, 18 anos, foi alertado de que a única opção seria esperar.  “Me disseram que a preferência era de quem chegasse em estado  grave. Toda vez é assim ou pior. Eles fazem triagem, mas é algo que não resolve nada. O ideal seria demorar no máximo uma hora”, reclamou o rapaz.

 Com o braço quebrado, a dona de casa Kenia Pereira da Silva reclamava que precisou ir ao hospital três vezes em dez dias por conta de um erro. Mesmo assim, precisou esperar  durante horas. “Engessaram o meu braço para baixo e o segundo médico que me atendeu falou que não ia pegar o ‘pepino’. Disse que eu tinha que procurar o outro médico. Eu precisei ficar das 9h às 18h aqui para trocar o gesso, mas continuo sentindo dor”, contou.  “Ali dentro, eles falam que só tem um médico atendendo e que eu ia ter que esperar, mesmo morrendo de dor”, completou.

Após fazer a triagem, a aposentada Maria Rosalva Saturnino foi classificada com o nível amarelo de gravidade. Hipertensa, ela estava preocupada. “A gente vem e passa o dia todo aqui. Eu acho que deve ser por causa da falta de médicos. Se não faltasse, não tinha tanta gente aqui esperando”, desabafou.

 Pelo menos na maternidade, o segurança Wellington Gomes da Silva não tinha reclamações. Após o nascimento do filho, a mulher ainda estava em um leito, adequadamente instalada. “Está tudo bem lá. Nessa parte a gente viu tudo em ordem. Tem três em cada quarto, tudo tranquilo”, revelou.

 Já a cabeleireira Kátia Jane Diniz, que acabou de ser avó, reclamava da demora em conseguir um leito. “Minha nora teve o filho há três dias e só ontem conseguiu leito. Também achei os médicos muito mau educados”, considerou.

 O problema enfrentado pela aposentada Nivalda Freire de Souza, 53 anos, foi a consulta com um cardiologista remarcada por telefone e depois cancelada. “Ligaram adiando do dia 25 para 27. Aí cheguei aqui hoje (dia 27) e me disseram que a consulta tinha passado o dia. Tenho um coágulo no coração e já faço acompanhamento há bastante tempo. Fiz cinco pontes de safena”, contou. “Acho que é uma desorganização. Estão fazendo o povo de besta”, disparou. A situação é semelhante à descrita pelo relatório, onde funcionários relataram dificuldades com os prontuários.A Secretaria de Comunicação garante que   os problemas listados no relatório foram resolvidos, exceto o número de leitos, que ainda é o mesmo em relação ao ano passado. A equipe médica foi reforçada com 20 profissionais e o sistema de prontuários foi informatizado.

 

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