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Operação que investiga falsos médicos cumpre mandados de busca e apreensão

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Policiais estiveram em empresas de Sorocaba, São Roque e Mairinque.
Sede de empresa de saúde abrigava companhia de segurança.

A Polícia Civil  realizou mais uma operação no caso dos falsos médicos nesta terça-feira (22), na região de Sorocaba (SP). Quatro mandados de busca e apreensão foram cumpridos em empresas de Sorocaba, Mairinque (SP) e São Roque (SP).

Os policiais estiveram pela manhã na empresa ICV, que presta serviços de contratação de médicos em Mairinque. No local foram apreendidos computadores e documentos. Em São Roque, a operação foi no escritório da empresa Inovaa e em outros dois locais.

Em uma das empresas, os policiais descobriram que no local funcionava, na verdade, um empreendimento de segurança. O advogado da empresa disse que ficou surpreso ao saber que o endereço estava sendo usado irregularmente e que vai colaborar com as investigações.

O caso dos falsos médicos que atuavam em unidades de saúde da região veio à tona depois que uma mulher que atendia como médica no pronto-atendimento do município de Alumínio (SP), com o nome e registro profissional de Cibele Lemos, foi embora de um plantão sem dar justificativa à equipe que trabalhava com ela.

Indignado, o diretor da unidade decidiu consultar o Conselho Regional de Medicina (CRM) para tomar uma atitude administrativa contra a mulher. Porém, ao abrir o perfil da profissional, viu que a foto não condizia com a pessoa que trabalhava no local.

Depois disso, a diretoria de Saúde, a empresa responsável pela contratação e a polícia passaram a investigar todos os profissionais contratados pela pela prestadora de serviços, que fornecia profissionais para Alumínio, Mairinque e São Roque.

Dos seis médicos irregulares descobertos, apenas três tiveram as identidades divulgadas pela polícia. Eles são Pablo do Nascimento Mussolim, que utilizava o CRM e o nome de Pablo Galvão, um médico do Rio Grande do Norte; Natani Thaisse de Oliveira, que trabalhava com os documentos de Natalia de Oliveira, cuja localização ainda não foi confirmada pela polícia, e outra mulher identificada apenas como Vilca, que utilizava o CRM de Cibele Lemos, profissional que trabalha no extremo norte do estado.

Na última quinta-feira (16), Pablo e Natani foram detidos pela polícia e levados para a delegacia de Mairinque para serem ouvidos. A suspeita da polícia é que os dois tenham se formado em faculdades de medicina estrangeiras, cujos diplomas não têm validade no Brasil e, por isso, utilizavam CRMs de terceiros. Com relação a Vilca, a polícia ainda não sabe o seu paradeiro.

60 óbitos
Entre os documentos apreendidos na operação da Polícia Civil na última sexta-feira (17), estavam pelo menos 60 declarações de óbito assinadas pelos falsos médicos. A informação é da delegada Fernanda Ueda. O material foi recolhido em São Roque.

“Essas declarações foram feitas por quatro pessoas que, em tese, não teriam habilitação. Também não se descarta que eles tenham feito a prática médica e o óbito tenha sido declarado por outro profissional. Existe uma semelhança muito grande entre os médicos falsos com aqueles dos quais eles utilizavam o CRM “, explica Ueda.

O delegado seccional Marcelo Carriel diz que a investigação deve averiguar esse envolvimento dos falsos médicos com os óbitos. ”Agora é a investigação para se constatar se esses óbitos são decorrentes de um mau atendimento ou da falta de um atendimento adequado, como um encaminhamento que não deveria ocorrer, ou se qualquer coisa desse tipo que tenha levado ao óbito dessas pessoas”.

A Innovaa, empresa prestadora de serviços responsável pelas contratações dos médicos, emitiu uma nota sobre o caso. De acordo com o comunicado, as admissões foram feitas com base na apresentação dos documentos pessoais e do registro do profissional no Conselho Regional de Medicina (CRM) e, no caso dos médicos irregulares, todos os documentos apresentados condiziam com profissionais médicos registrados no CRM.

Segundo a empresa, a falsificação desses documentos não foi detectada, inclusive porque as fotos dos profissionais só passaram a aparecer no site do Cremesp no dia 6 de julho.

Pablo Natani e Vilca são investigados por utilizarem CRM de outros médicos

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