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Crescem invasões no DF

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Problema antigo no DF, as invasões continuam fortemente presentes na realidade brasiliense. Desde o início do ano, a Agência de Fiscalização do DF (Agefis) derrubou aproximadamente 5 mil barracos feitos de lona e de alvenaria na cidade. As cidades que mais tiveram derrubadas foram Ceilândia (Sol Nascente, próximo a Santo Antônio do Descoberto), Águas Quentes, Altiplano Leste (Minichácaras), São Sebastião (Morro da Cruz) e Setor de Indústrias e Abastecimento (setor de inflamáveis). E a cada dia tornam-se mais comuns também no Plano Piloto, ao lado da famosa e tombada arquitetura de Brasília. Só na Asa Norte são  25 construções.

Próximo à entrada da Universidade de Brasília (UnB), um grupo se prepara para construir mais uma barraca. Pelo menos cinco já estão erguidas. A rotina é a mesma de uma casa comum. Logo cedo, mulheres dão banho em crianças e homens separam material para acender uma fogueira a fim de preparar o almoço da família. No fim do Setor de Clubes Norte, próximo à orla do Lago Paranoá, três grupos se organizam no gramado. Dividem utensílios e afazeres. Uma das construções precárias, inclusive, foi erguida estrategicamente em cima de um pedaço de concreto para proteger do chão molhado pela chuva. Roupas e louças são lavadas no próprio lago. As invasões de área pública fazem parte da história da cidade e são fortalecidas pela falta de fiscalização adequada.

Desde os 2 anos de idade em Brasília, a artesã Maria (nome fictício), 31, afirmou que estar na rua não é opção. Ela conta que tentou participar de programas habitacionais, no entanto, nunca foi chamada. A mulher e o marido vivem no canteiro central do Eixão, na altura da 208 Norte. Dormem no chão, secam as roupas na grama e vão ao banheiro de forma improvisada. Mesmo assim, não reclamam. “Não é mil maravilhas, mas também não é tão ruim. É quase uma praia”, comparou.

A invasão é recente, há pouco mais de duas semanas. Ao todo, cinco barracos foram erguidos entre as árvores. A advogada Luisa Valle, 42, mora na 416 Norte e passa diariamente pelo local. Segundo ela, é importante combater o problema com políticas inclusivas, e não apenas a recriminação contra a população de rua. “Eles já sofrem por não terem direitos. O governo regulariza invasões milionárias, mas as que necessitam, de fato, não são observadas. Isso precisa ser enfrentado de forma diferente, só assim a realidade vai mudar”, comenta.

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