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Unidades de Pronto Atendimento atendem apenas 34% da demanda de pacientes
Para piorar, o contrato temporário dos profissionais terceirizados está prestes a terminar e o GDF não pode renová-lo. Em Sobradinho, há até risco de fechamento
As cenas de abandono se repetem nas seis Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) do Distrito Federal. Instaladas em 2010, elas deveriam otimizar a saúde pública. Porém, passados cinco anos, apenas 34% da demanda é atendida. E o cenário deve piorar. O contrato dos profissionais temporários termina em um mês, e o governo não pode renovar o serviço por impedimento do Tribunal de Contas do DF. É cena comum ver pacientes sendo mandados de volta para casa. Para o Ministério da Saúde, 97% dos casos ligados à saúde poderiam ser solucionados nas UPAs, o que desafogaria as emergências dos hospitais. Por mês, o GDF recebe R$ 1,7 milhão do governo federal para garantir o atendimento.
A falta de profissionais pode, inclusive, obrigar o GDF a fechar as portas da UPA de Sobradinho — a mais recente do sistema, inaugurada há um ano. Até 18 de setembro, médicos, enfermeiros e auxiliares técnicos deixarão de atuar na rede pública. Atualmente, apenas 19 profissionais (8%) dos 246 daquela unidade são concursados. Um servidor, que pediu para não ser identificado, disse que a decisão foi divulgada no início da semana. “Comunicaram que não vão renovar o contrato e, como o quadro de funcionários (concursados) é pequeno, não tem como viabilizar o atendimento. As dispensas começaram na semana passada. Oito médicos foram mandados embora”, revelou.
Distante 24km do centro de Brasília, a comunidade daquela região está organizando um protesto contra o fechamento da unidade. Luzinete Bezerra, 49 anos, ganha a vida vendendo lanches em frente à UPA. Segundo a mulher, o fluxo de pacientes é intenso o dia todo. “As pessoas precisam desse serviço. O hospital não atende, e esse é o único recurso que temos. Conheço gente que vem de outras cidades procurar atendimento aqui. Se o governo optar por fechar, será uma grande perda”, reclama.
Desde o nascimento da filha, Laura, de 9 meses, Larissa Estácio, 19, leva a criança para ser atendida no local. A última visita ao médico ocorreu por problemas respiratórios. “O serviço é péssimo. Os médicos são ótimos, mas eles não têm condições de atender tanta gente. Já vi briga, com agressão, aqui. Se o governo fechar, é a prova de que eles não têm competência para resolver o problema. Está ruim, mas o povo precisa do atendimento”, ressalta.
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