Brasil
Moradores reclamam de falta de creche e escola no Parque São Bento
Adolescentes viajam 10 km para estudar em escola improvisada. Entrega de nova creche do bairro está atrasada desde 2013.
Moradores do Parque São Bento, na zona norte de Sorocaba (SP), reclamam da falta de escolas e creches no bairro. As duas unidades estaduais, um Centro de Educação Infantil (CEI) e uma creche não comportam a demanda de crianças e adolescentes do local, que são forçados a irem para uma escola improvisada em outro bairro para estudar.
As duas escolas estaduais do bairro são a Professora Dulce Esmeralda Basile Ferreira, logo na entrada do bairro, e a Zélia Dulce de Campos Maia. Já a escola municipal de ensino fundamental do bairro ainda está no papel. Por causa disso, os alunos são atendidos na escola Benedito Cleto, em uma unidade improvisada fora do bairro que fica em um prédio alugado na avenida Ipanema.
O trajeto é feito em ônibus alugados pela prefeitura, porém cheio de irregularidades. Durante o trajeto de 10 quilômetros, que inclui um trecho de rodovia na saída para a cidade de Porto Feliz, alguns estudantes chegam a viajar em pé. Já os sentados não usam sinto de segurança. Alguns veículos não possuem nem a inscrição escolar do lado de fora, o que também é obrigatório no transporte de estudantes.
Na volta para a casa, a história se repete. “Ajudaria muito no dia a dia ter uma escola mais perto”, opina a dona de casa Jaqueline Souza.
CEIs
Na educação infantil, são dois centros no bairro. Um CEI com 426 crianças de quatro a cinco anos e uma creche com 176 vagas de zero a três anos, mas que não atende a demanda do local.
A auxiliar de cabeleireiro Rosana de Oliveira Lourenço, por exemplo, ainda não conseguiu vaga para nenhum dos dois filhos – de dois e cinco anos. “Dá um desânimo, porque a gente tenta, corre atrás e não consegue. A gente faz a parte de mãe, de fazer tudo para por os filhos na escola, só que a escola não colabora”, critica.
Na falta de vagas, a auxiliar precisa pagar para que olhem os filhos. “Quando posso deixo com as minhas cunhadas, mas eu tenho que pagar para deixar. Agora meu marido está desempregado, mas conseguindo um serviço vamos ter que pagar alguém porque não tem jeito”, diz.
Quem também espera na fila de vagas é a comerciante Regiane Aparecida Leite Juvêncio. A filha Lorena, que já vai completar um ano, está acostumada com o ambiente de trabalho e ganhou até um cantinho na loja, com berço e tudo. “Eu tenho que atender o cliente com ela do lado, então está muito difícil para trabalhar. As vezes eu não consigo trabalhar porque ela chora”, conta.
Problema que poderia ser resolvido com a entrega de uma nova creche no bairro. O prédio, que deveria ter sido entregue em fevereiro de 2013, está abandonado e sofre com o ataque de vândalos. No prédio, praticamente pronto e que seria a solução para as famílias, muita coisa foi quebrada ou levada por invasores.
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