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Com bolsa estourada mulher espera 10h por atendimento
Um recém-nascido está internado em estado grave no Hospital Regional de Samambaia, depois que a mãe dele permaneceu cerca de dez horas com a bolsa estourada para dar à luz. Até as 18h50 o bebê ainda aguardava uma vaga na UTI. A família diz que houve negliglência por parte do hospital. Segundo a Secretaria de Saúde, a paciente e o bebê receberam todo o atendimento necessário desde que a mulher deu entrada na unidade de saúde.
De acordo com o pai, Anderson Alves de Oliveira, a mulher deu entrada no hospital às 2h e o parto só ocorreu às 17h. “Uma enfermeira me disse ontem à noite [domingo] que ele teve morte cerebral. Não sei ao certo o que aconteceu, o médico não fala com a gente. Enquanto isso, a gente tenta uma UTI para que meu filho fique bem”, diz.
De acordo com familiares, a mãe do bebê procurou o hospital às 23h de sábado (20), sentindo contrações. Após ser avaliada por um médico, a gestante foi liberada e voltou para casa. Por volta das 2h de domingo, a mulher retornou à unidade de saúde com a bolsa estourada.
“O parto só foi feito às 17h de domingo, depois que verificaram que os batimentos cardíacos da criança estavam baixos. A equipe médica ficou esperando esse tempo todo para ver se ela tinha dilatação para um parto normal. Por que não fizeram logo a cesariana?”, conta Bianca Alves Lima, sobrinha da grávida.
Segundo o coordenador-geral de Saúde de Samambaia, Manoel Fontes, a paciente recebeu atendimento adequado. Ela não tinha orientação para cesariana e não tinha dilatação suficiente para um parto normal. “Ela foi acompanhada normalmente. Não é toda vez que arrebenta a bolsa que a mulher tem de entrar em trabalho de parto. Ela foi assistida normalmente até a hora em que a criança nasceu.”
Os prontuários médicos da mãe e do bebê, mostra que a mulher deu entrada no hospital às 4h51. Os exames apontavam que o quadro de saúde dela e do bebê era bom. Às 17h42 os médicos identificaram uma diminuição da frequência cardíaca do bebê.
“Ela [criança] entrou em sofrimento, mas imediatamente a médica falou que era caso de cesariana. A criança nasceu às 17h47. Desde então temos um [especialista] neonatal junto. A criança continua em tratamento, em estado grave”, disse Fontes.
Segundo o diretor do Hospital Regional de Samambaia, Élio de Aguiar, o pai foi informado sobre todo o atendimento. “Ele teve acesso ao prontuário, até porque é um direito dele. Não tem nada encoberto. Ele ficou preocupado, mas depois viu que o filho dele está em tratamento e se acalmou.”Para a família, houve erro na avaliação médica. Eles também reclamam que mesmo em estado grave, não havia vaga em UTI para o bebê. “Buscamos um advogado e estamos atrás da Defensoria Pública para tentar uma vaga”, falou Bianca Alves Lima.
Segundo o secretário de Saúde em exercício, Elias Miziara, o Distrito Federal tem 64 leitos de UTI específicos para recém-nascidos. Nesta segunda-feira (22), 11 bebês esperam na fila para internação.
A mãe do bebê está em estado de choque e não quer falar com ninguém. A família diz que ela teve uma gravidez normal, fez o pré-natal completo e bebê podia nascer a partir de 8 de julho, segundo o pai.