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Famílias atingidas em Mariana terão casas do ‘Minha Vida’, afirma Kassab
Obras serão em 2016; há estudo de fundo de R$ 20 bi para reconstrução. Ministro das Cidades esteve em Tatuí (SP) na segunda (30) para anúncio.
O ministro das Cidades, Gilberto Kassab (PSD), afirmou nesta segunda-feira (30) durante visita a Tatuí (SP) que as famílias atingidas pela tragédia de Mariana (MG) receberão as casas do Programa Federal “Minha Casa, Minha Vida”. “O recurso utilizado para obras será da empresa responsável pela barragem.” Ele não deu prazo para obras e disse ainda que há possibilidade que um fundo de investimento de R$ 20 bilhões seja criado para reconstrução das áreas.
“O ministério entraria com os recursos de licitações para as obras. Os termos já estão definidos e queremos começar o quanto antes. Não neste ano, pois só faltam semanas, mas o mais rápido possível”. Kassab visitou o município pela manhã, onde se reuniu com políticos e fez anúncios de verbas para a região. Uma deles foi o investimento de R$ 5 milhões para pavimentação de ruas na cidade.
Barragem em MG
A Barragem de Fundão se rompeu no dia 5 de novembro em Mariana. De acordo com a Polícia Civil, são 11 os corpos identificados até agora. Outros dois seguem no Instituto Médico Legal de Belo Horizonte aguardando reconhecimento. Oito pessoas continuam desaparecidas, sendo cinco funcionários e três moradores da região.
O rompimento da barragem de rejeitos da mineradora Samarco, cujos donos são a Vale e a anglo-australiana BHP, provocou uma onda de lama que devastou distritos próximos. O mais atingido foi Bento Rodrigues, em Mariana, na Região Central de Minas Gerais. Inicialmente, a mineradora afirmou que duas barragens haviam se rompido, de Fundão e Santarém.
No dia 16 de novembro, a Samarco confirmou que apenas a barragem de Fundão se rompeu. O rompimento de Fundão provocou o vazamento dos rejeitos que passaram por cima de Santarém, que permaneceu intacta.
Em comunicado conjunto, a Vale e a BHP Billiton dizem que se comprometeram a apoiar a Samarco a criar um fundo de emergência para trabalhos de reconstrução e para ajudar as famílias e comunidades afetadas. “É nossa intenção trabalhar com as autoridades para fazer este fundo funcionar o mais breve possível”, diz a nota.
Causas do acidente
As causas ainda estão sendo investigadas. A Samarco informou ter registrado dois pequenos tremores na área duas horas antes do rompimento. O Observatório Sismológico da Universidade de Brasília registrou dois tremores próximos ao local, de baixa magnitude. “Uma das coisas ainda em discussão é se esse é um evento natural ou desencadeado pelos reservatórios”, afirmou George Sand, chefe da unidade. Não chovia no momento do rompimento.
Um engenheiro da Samarco afirmou que uma vistoria não detectou risco no local. Mas um laudo obtido pelo Jornal da Globo mostra que já se sabia do risco. “O contato entre a pilha de rejeitos e a barragem não é recomendado por causa do risco de desestabilização do maciço da pilha e da potencialização de processos erosivos”, diz o documento. Para o Ministério Público, isso mostra que houve negligência da empresa. A Feam (Fundação Estadual de Meio Ambiente) declarou que chegou a recomendar a necessidade de se fazer reparos na estrutura da barragem de Fundão.
O prefeito de Mariana, Duarte Júnior, disse que o prejuízo com o rompimento é de ao menos R$ 100 milhões, incluindo perdas de infraestrutura, dano ambiental, pontes levadas e escolas que foram destruídas. O número é um levantamento preliminar feito pela Secretaria de Obras da cidade.
A presidente Dilma Rousseff (PT) anunciou no dia 12 que a multa preliminar à Samarco será de R$ 250 milhões “por dano ambiente e comprometimento da bacia hidrográfica, por dano ao patrimônio público e interrupção da energia elétrica”.
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