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Estudantes terão aulas fora de escola ocupada em Piracicaba, diz dirigente
Diretor de Ensino disse que atividades começam na segunda-feira (7). Para aluno que ocupa a Pedro Cavalcanti, colegas pensam ‘só neles’.
Alunos da Escola Estadual Pedro Moraes Cavalcanti, em Piracicaba (SP), receberam autorização da Secretaria da Educação para ter aulas fora da unidade, ocupada por grupo contrário ao plano de reorganização do governo paulista que prevê implantação de ciclo único e fechamento de escolas no estado. As atividades em local alternativo devem começar na segunda-feira (7), conforme o dirigente regional de ensino, Fábio Negreiros.
Ele disse nesta quinta-feira (3) que foi procurado por pais e alunos que fizeram a proposta de terminar o ano letivo, mesmo que fora da Pedro Moraes Cavalcanti. “Esse grupo está interessado unicamente em não ter os estudos prejudicados, no caso de tentar entrar em uma universidade, por exemplo”, afirmou Negreiros.
A secretária-adjunta da Educação de São Paulo, Irene Kazumi Miura, disse nesta quarta-feira (2) que a demora na reposição das aulas perdidas nas escolas ocupadas prejudica, principalmente, os alunos que estão concluindo o Ensino Médio e pretendem ir para a faculdade.
‘Professores concordam’
Negreiros disse ainda que alguns professores da Pedro Moraes Cavalcanti se sentem impedidos de trabalhar e concordam com a continuidade das aulas em um local alternativo. O dirigente afirmou que o espaço que receberá os alunos será cedido pela iniciativa privada. Ele não informou, porém, qual é o lugar. “Estamos finalizando as conversas com o proprietário.”
O dirigente afirmou ainda que o local não poderia ser público justamente para evitar o atual problema vivido nas escolas estaduais ocupadas. O imóvel, conforme Negreiros, terá condições de receber praticamente todos os cerca de 800 alunos da Pedro Moraes Cavalcanti.
“Claro que alguns podem não querer aproveitar essa oportunidade, mas vamos atender a esse pedido dos pais e dos alunos que querem finalizar o ano”, afirmou Negreiros.
Mãe de estudante
A promotora de eventos Elizângela Nunes, de 40 anos, é mãe de uma aluna da escola. Ela não concorda com a ocupação. “Não acho justo que os estudantes percam o ano letivo”, disse. “Como líder de bairro, não sou contra a reorganização da escola, mas apenas à ocupação”, completou.
Negociação com ocupantes
Apesar da alternativa anunciada para os estudantes que não concordam com a ocupação, o dirigente de ensino disse que ela não vai interferir no diálogo com os alunos que permanecem na ocupação da escola. “As pessoas dizem que não estamos conversando, mas não é verdade. Não haverá nenhum prejuízo à negociação com o grupo que está na escola”, afirmou.
‘Pensando só neles’
Um dos alunos que faz parte da ocupação na Pedro Moraes Cavalcanti pediu para não ter o nome publicado, mas disse que ouviu falar sobre a autorização para a realização das aulas fora da escola. Ele afirmou não ter “nada contra” os estudantes que são contra o movimento, mas que os manifestantes também buscam direitos.
“Se esse pessoal quer terminar o ano e ir embora, tudo bem. Mas acho que eles estão pensando só neles. Nós que estamos na escola estamos pensando em todos, estamos lutando pelo bem da educação. Não é um grupo pequeno, isso está acontecendo em todo estado”, disse o aluno.
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