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Centro de SP é alvo de vandalismo após protesto de estudantes
Após o protesto de estudantes contra a reorganização escolar, o Centro da cidade de São Paulo amanheceu com estragos provocados por vândalos que se envolveram na manifestação na noite desta quarta-feira (9).
Na Avenida São Luís, uma agência do Banco do Brasil, que fica na parte debaixo do edifício Itália, teve os vidros das portas quebrados. A via também está com muita sujeira espalhada. Um orelhão também foi alvo de depredação e foi arrancado.
Dez pessoas foram presas após confronto com a PM em frente a Secretaria da Educação, na Praça da República. Dos detidos, cinco são adolescentes e foram liberados. Outro detido foi liberado durante a madrugada. Quatro detidos permanecem na delegacia na manhã desta sexta (10). Eles estão sendo ouvidos, vão assinar um termo circunstanciado e responder por desobediência.
Alguns PMs ficaram feridos durante a manifestação.
O governador Geraldo Alckmin revogou a reorganização escolar na última sexta-feira (4). A decisão foi tomada após uma onda de protestos realizada por estudantes que ocuparam escolas por todo o estado. Os estudantes reivindicam a revogação da reorganização e não apenas o cancelamento temporário. Nesta quarta, o governador voltou a dizer que o assunto será debatido ao longo de 2016.
O governador recuou e suspendeu a reestruturação que previa o fechamento de mais de 90 escolas e afetaria mais de 300 mil alunos nesta sexta. Na mesma data também foi divulgado pelo instituto Datafolha que o governador teve seu índice de popularidade mais baixo, com apenas 28% de aprovação.
Confusão
Centenas de estudantes, pais e professores participaram do ato em apoio aos alunos que se mobilizam contra a reorganização da rede estadual de ensino. A concentração começou às 17h no vão livre do Masp, na Avenida Paulista. O ato foi pacífico até chegar na Praça da República, em frente à sede da Secretaria da Educação, onde houve tumulto.
Algumas pessoas que estavam entre os manifestantes jogaram pedras em direção a policiais militares, que revidaram com bombas de efeito moral. Houve correria.
Durante a confusão, um grupo de jovens espalhou entulhos e lixos que estavam em uma caçamba na Avenida Ipiranga e colocou fogo. Várias barricadas foram montadas ao longo da via para tentar impedir a passagem dos policiais. Pontos de ônibus e telefones públicos foram danificados na região central.
Por volta das 21h30, um grupo colocou fogo em lixo na Rua da Consolação, sentido Centro. No horário, os policiais ainda tentavam dispersar os manifestantes com uso de bombas de gás lacrimogêneo.
Escolas desocupadas
O número de escolas estaduais de São Paulo ocupadas por estudantes caiu para 126 na tarde desta quarta-feira (9), segundo balanço da Secretaria da Educação. Nesta manhã, eram 136 e, na terça-feira (8), a pasta contabilizava 145 unidades de ensino ocupadas.
Já o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) diz que o número reduziu de 137 para 127.
Os alunos começaram a deixar os colégios após o anúncio do governo paulista, que decidiu suspender do plano de reorganização das escolas estaduais Como não existe uma liderança única, a decisão de sair é dos alunos de cada escola.
Os estudantes da Escola Estadual Brigadeiro Gavião Peixoto, em Perus, Zona Oeste de São Paulo, por exemplo, desocuparam o colégio na manhã de terça-feira após 19 dias de ocupação.
Os alunos receberam representantes da Diretoria de Ensino que vistoriaram o prédio antes da desocupação. Escola mais ´”populosa” da rede pública do ensino na Grande São Paulo, com cerca de 3,3 mil alunos, a Gavião Peixoto retomou as aulas nesta quarta.
A saída dos estudantes foi tranquila. Eles recolheram colchões, cobertores, vassouras, produtos de limpeza, alimentos.
Denúncia de abuso sexual
A professora Andreza Delgado, de 20 anos, diz que sofreu abuso sexual de policiais militares após ser presa durante uma manifestação de estudantes contra a reestruturação da rede estadual no dia 3 de dezembro, em Pinheiros, na Zona Oeste de São Paulo.
Segundo ela, os abusos aconteceram na viatura e no caminho para a delegacia. Ela foi libertada no dia seguinte, após uma audiência de custódia. Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que a Polícia Militar nega todas as acusações.
“Eu estava na calçada e depois fui arrastada para a rua antes de ir para o camburão. Foi um policial, não foi uma policial feminina. Eles passavam muito a mão no meu corpo”, contou.
Ela diz que registrou um boletim de ocorrência no 89º Distrito Policial, no Portal do Morumbi, e fez exames no Instituto Médico-Legal (IML). Na nota, a SSP acrescenta que as alegações de Andreza também serão apuradas, tendo sido requisitado exame de corpo de delito.
Segundo a SSP, a prisão da jovem foi realizada por lesão corporal, dano qualificado, corrupção de menor, resistência, desacato e desobediência. A ocorrência foi registrada no 14º Distrito Policial, em Pinheiros.
O governador Geraldo Alckmin suspendeu na sexta-feira (4) a reestruturação afetaria mais de 300 mil alunos. Na mesma data também foi divulgado pelo instituto Datafolha que o governador teve seu índice de popularidade mais baixo, com apenas 28% de aprovação.
No sábado (5), um decretou oficializou o adiamento das mudanças. Durante os protestos, a Polícia Militar (PM) foi criticada por agir com truculência com os estudantes que interditaram vias públicas da capital paulista.
Alckmin disse que irá dialogar com pais e alunos no ano que vem a respeito da reorganização da rede de ensino estadual e que os estudantes permanecerão em suas unidades em 2016.
Após o governador suspender a reforma da rede de ensino, o secretário da Educação do Estado de São Paulo, Herman Voorwald, pediu para deixar o cargo. A carta com o pedido de demissão foi entregue ao governador, que aceitou a decisão de Voorwald. Alckmin deve anunciar o nome do novo secretário no início desta semana.
O governo paulista defende que a reorganização vai melhorar o ensino. Os alunos, porém, contestam e reclamam que não foram ouvidos pelo governo sobre as mudanças e sobre o fechamento das unidades onde estudam. Em protesto, eles passaram a ocupar, desde 9 de novembro, escolas em todo o estado.
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