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Homem que matou e estuprou garota após ‘fúria’ é condenado no DF
Pena será de 32 anos e 9 meses; ele conheceu vítima um dia antes do crime. Acusado está na Papuda; menina foi amarrada e estrangulada em parque.
O Tribunal do Júri de Taguatinga, no Distrito Federal, condenou o homem que matou uma jovem de 14 anos em um parque da região a 32 anos e 9 meses de prisão. A sentença veio dez meses após o crime. Ele foi condenado por estupro, ocultação e homicídio triplamente qualificado pelos crimes que ocorreram no Parque do Cortado, em junho do ano passado.
Em depoimento, ele alegou ter cometido o crime porque foi tomado por uma “fúria” repentina. O corpo da jovem foi localizado cinco dias após o desaparecimento dela, com pés e mãos amarrados. Na delegacia, o homem disse à imprensa não se lembrar do crime por ter usado muitas drogas no dia.
Cconhecido como “Rasta”, o suspeito disse à polícia que conheceu a menina no dia anterior ao crime e que ele e a vítima mantiveram relações sexuais no parque. Segundo o rapaz, ele havia prometido à garota que faria um tererê no cabelo dela e que os dois se dirigiram para um bambuzal, onde fumaram maconha.
“Peguei, bolei, nós ‘fumou’, eu fumei um trevo. Do nada ela falou para mim: ‘você tem namorada, Rasta?’ Eu falei que não e disse: ‘posso te perguntar uma coisa também? Se eu te desse um beijo?’ E ela disse: ‘então dá’. Dei um beijo nela e a gente acabou ficando. Acabou tendo uma relação consensual ali mesmo.”
Durante o ato, ele conta que foi tomado por uma “fúria” repentina quando a menina pediu que ele não ejaculasse nela, pelo risco de ela engravidar. “Aquilo ficou, sei lá, sem graça, não sei o que foi que me deu que não gostei. Ela levantou, pegou o short, sentou em cima e parou na minha frente. Não sei o que me deu, mas me deu uma raiva, uma fúria, e só dei um ‘mata-leão’ nela e ela desmaiou.”
Depois, ele afirma que amarrou os braços da garota com um barbante que carregava no bolso para fazer artesanato, estuprou e a estrangulou com o colar que ela usava. Responsável pelas investigações, o delegado-chefe da 17ª DP, Daniel Gomes, disse que o homem não explicou a motivação do crime.
O suspeito diz que o arrependimento foi imediato. “Dei um nó cego e ela ficou respirando ainda. Aí sentei, fiquei olhando, pensando ‘caramba, o que eu fiz, velho, e agora, o que eu fiz, velho?’ Porque até então estava tudo de boa, velho, tinha ficado com ela de boa, sem forçação de barra nem nada. Por que eu tive que fazer aquilo? Quando vi que ela parou de respirar falei: ‘já era’.”
Rasta diz que sempre que amigos falavam do desaparecimento da menina, sentia culpa. “Sempre que falavam na menina eu ficava meio assim, meio dava um gelo dentro no corpo que não aguentava, ânsia de vômito, tinha que sair dali”, diz.
Ele contou à polícia que frequentadores do parque chegaram a ameaçar ele com armas e tiraram a blusa dele em busca de arranhões que dessem indícios de que ele seria o responsável pelo crime. A companheira dele começou a questioná-lo em casa. “Eu falei para ela em meio termo, mas ela me conhece, está comigo há dez anos”, disse. “[Ela dizia]: ‘Véi’, se tu fez isso, Deus vai te perdoar [sic]. Eu te perdoo. Mas não apronta isso de novo.”
Ao chegar em casa, a mulher abriu as janelas e começou a gritar que ele era o responsável pelo crime. A polícia foi chamada. “Apareceu foi 12 viaturas da PM, a Gtop, duas [viaturas] da [Polícia] Civil”, disse ele à polícia. Com a chegada dos policiais, a companheira falou para ele se entregar porque “havia feito besteira”. O suspeito afirmou para policiais militares que tinha participado do crime contra a jovem, mas negou que tivesse matado a menina.
O delegado disse que o homem chorou muito antes do depoimento. “Estou arrependido de coração. Me desculpa todo mundo pelo que eu fiz. Sei que não é coisa de se pedir. Desculpa por um fato desses”, diz no vídeo. “De coração, estou arrependido totalmente.”
De acordo com a Polícia Civil, Souza vai responder por estupro e homicídio qualificado por motivo torpe, com utilização de recurso que impossibilita a defesa da vítima, para garantir a impunidade do estupro.
“Ele foi indiciado pelo crime de estupro porque, independentemente da veracidade da primeira parte, da primeira relação sexual consentida, independentemente de ser verdade ou não, ele confessou que amarrou as mãos dela e praticou sexo anal nela sem consentimento”, disse Gomes.
Família
O tio da menina Paulo Sérgio Leal diz que ela nunca teve nenhum envolvimento amoroso com o rapaz. “Revolta bastante porque a gente sabe que uma criança de 14 anos, criada em igreja evangélica, jamais teria um relacionamento amoroso com uma pessoa daquela índole.”
“Ela tinha muitos amigos dentro da igreja Batista, por ser muito sociável. Talvez ele a aliciou ou acabou tendo algum tipo de envolvimento com ela, mas nada mais que uma amizade momentânea. Como toda criança de 14 anos ela tinha amigos do skate, da escola, do dia a dia da igreja. Ela era essa criança que aprendeu a tocar violão na igreja, convivia com pessoas da igreja, nunca teve nenhum tipo de envolvimento com essa pessoa, socialmente não.”
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