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Haddad deve disputar reeleição e diz que não deixa PT

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Prefeito prevê encerrar mandato com as contas em dia. Sobre a crise econômica, Haddad disse que houve ‘má calibragem fiscal’.

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT) (Foto: Isabela Marinho/G1)

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT) (Foto: Isabela Marinho/G1)

 

O prefeito Fernando Haddad (PT) disse nesta quinta-feira (7), durante o programa “Diálogos com Mário Sérgio Conti”, na Globonews, que deve ser candidato à reeleição em outubro pelo PT. Ele afirmou que não pretende deixar a sigla.

“É provável que sim”, disse Haddad, ao ser questionado se será candidato. Perguntado se a candidatura será pelo PT, Haddad confirmou que sim. “O mandato que recebi é da militância petista. Ganhei com essa legenda, ganhe ou perca, vai ser com essa legenda”, afirmou.

Diante da crise política que o país enfrenta, Haddad afirmou que essa vai ser uma eleição extremamente atípica. “Eu espero que encontre nesse cenário todo um ambiente de pelo menos discutir racionalmente os problemas da cidade. Não sei se isso vai ser possível e como vai se dar. E 2012, aconteceu isso. Em meio ao julgamento do mensalão, que coincidiu exatamente com o calendário eleitoral, foi possível discutir São Paulo”.

Haddad afirmou que deve chegar ao final do mandato neste ano com as contas em dia, apesar da crise econômica. “Hoje, em meio a essa crise que estamos vivendo, estamos em dia com os nossos pagamentos e abrindo canteiro de obras. Vamos completar o nosso mandato com contas saneadas, dívida totalmente comportada, precatórios pagos, fornecedores pagos e todos os planos de carreira revistos”.

O maior problema que São Paulo tinha, segundo o prefeito, era a dívida com a União, que chegou a R$ 74 bilhões, uma dívida que consumia mais de duas vezes a receita líquida real da cidade.

“Em 2016, quebraríamos pelos termos do contrato, porque ficaríamos impedidos de receber repasse federal por não cumprirmos a Lei de Responsabilidade Fiscal. O que nós conseguimos no Congresso foi um pequeno milagre , que foi fazer com que todos os partidos  concordassem que a troca do indexador da nossa dívida deveria retroagir à data da assinatura. Com isso nossa dívida caiu de R$ 74 bilhões para R$ 28 bilhões, completamente ajustada à nossa capacidade de pagamento”, afirmou.

Ao falar sobre a crise fiscal do governo Dilma, o ex-ministro disse que até 2011, 2012, as contas públicas estavam em dia. Para Hadadd, além da crise internacional, que a seu ver não é a responsável única pela crise, houve má calibragem da política fiscal, que abriu flanco importante e difícil de sanar e uma mudança de 180 graus após as eleições de 2014, que em vez de corrigir agravou o problema.

Impeachment
Haddad disse que é difícil dizer se vai haver ou não impeachment da presidente Dilma Rousseff. “As pessoas mais bem informadas em Brasília dizem que o placar é indefinido, mas que é dificil angariar todos os votos necessários para impedir a presidente, em função do fato de que não paira dúvida sobre sua respeitabilidade pessoal e que tem uma base social que está se manifestando com bastante frequencia no último mês.”

Para Haddad, qualquer que seja o desfecho, a solução política não está dada porque os ânimos estão muito acirrados as agendas política e econômica não estão claras. Ele acredita que passada a votação do impeachment talvez haja espaço para discussão racional.

Haddad disse que o recomeço deve envolver gestos muito decisivos em direção à credibilidade da classe politica.

“Entendo que o problema fiscal do país não vai se resolver sem crescimento econômico. Imaginar que com cortes sucessivos do orçamento se vai conseguir equacionar o problema fiscal é uma quimera na minha opinião. A questão monetária precisa entrar na discussão, o sistema bancário, sistema de crédito, Selic, Banco Central. Vamos trazer à mesa o sistema financeiro como um todo para repactuar. Com uma inflação projetada de 7% se está pagando mais de 14% de juros com uma recessão prevista de 3,7%. Isso me parece uma incongruência, uma falta de responsabilidade com a geração de emprego, com a manutenção do produto interno”, afirmou.

Haddad também mencionou a necessidade de recuperar o prestígio dos ministérios, com nomes importantes, no campo da saúde, educação e assistência”.

Lava Jato
Ao falar sobre a operação Lava Jato, Haddad disse esperar que a investigação puna os culpados e que  se passe a limpo todo o sistema de financiamento das campanhas eleitorais . Perguntado se acha que o PT está sendo perseguido, defendeu que a Justiça dê tratamento igual a todos os partidos.

“Um politico não pode reclamar de maus-tratos. Ele tem de reclamar, quando é o caso, de falta de isonomia. Isso pode estar acontecendo, uma falta de isonomia para verificar efetivamente como era o sistema de financiamento e se essa empresa que atuou na Petrobrás, mas que atuou também nos governos estaduais, se ela tinha dois procedimentos. Ela era honesta no plano subnacional e completamente corrupta no plano nacional”.

Convidado a deixar uma mensagem para a presidente Dilma, Haddad afirmou: “desejo força para a presidente, que está vivendo um momento muito delicado, que ela tenha luz para tomar decisões importantes no próximo período e que se ela for vitoriosa, que ela se abra para a sociedade, para os movimentos sociais, para aqueles que a elegeram. Que ela retome a agenda vitoriosa em 2003, que deu tanta alegria por tantos anos para o povo brasileiro. Acho que é retomar a essência daquele programa que estava dando muito certo”.

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