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Saúde

OMS recomenda adoção de vacina contra dengue por países endêmicos

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Recomendação é sobre vacina que recebeu registro no Brasil em dezembro. Países devem considerar introduzir vacina ao lado de controle de mosquito.

  Criança recebe vacina contra dengue da Sanofi em estudo clínico de fase 2 nas Filipinas, em junho de 2014    (Foto: Sanofi Pasteur/Gabriel Pagcaliwagan/Divulgação)

Criança recebe vacina contra dengue da Sanofi em estudo clínico de fase 2 nas Filipinas, em junho de 2014 (Foto: Sanofi Pasteur/Gabriel Pagcaliwagan/Divulgação)

A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou, nesta sexta-feira (15), a recomendação de que países com elevada transmissão de dengue considerem a introdução da vacina produzida pela Sanofi Pasteur – única imunização contra dengue registrada no mundo até o momento – como parte das estratégias de prevenção contra a doença, que também incluem o controle de mosquitos.

 A recomendação foi feita com base em um parecer do Grupo Consultivo Estratégico de Especialistas (Sage) sobre Imunização da OMS, que se reuniu para discutir o assunto nesta quinta-feira em Genebra.

Para a farmacêutica-bioquímica Amanda Pinho, diretora de planejamento estratégico de dengue da Sanofi Pasteur, a recomendação da OMS é um dos critérios que pode ser levado em consideração pelo Ministério da Saúde para uma possível incorporação da imunização ao Sistema Único de Saúde (SUS).

A vacina recebeu o registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em dezembro de 2015 e, atualmente, aguarda definição de preço pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED). Só a partir dessa definição, esperada para este semestre, é que a vacina poderá ser comercializada no país.

Segundo Amanda, a adoção da vacina pode ajudar a atingir metas da OMS sobre dengue, que consistem em reduzir em 25% a incidência e em 50% a mortalidade por dengue até 2020.

Filipinas já começou vacinação
Nas Filipinas, a vacina já faz parte de um programa de vacinação pública que pretende aplicá-la em um milhão de crianças de três regiões com alta transmissão de dengue ainda este ano

No Brasil, o ministro da Saúde, Marcelo Castro, já sinalizou em janeiro que considera a vacina da Sanofi “muito cara” e que a pasta ainda estuda se pretende ou não adotar o produto no sistema público.

O esquema de vacinação envolve a aplicação de três doses com intervalo de seis meses entre elas. Os resultados obtidos até o momento sugerem que não seria necessário revacinar.

A vacina é indicada para pessoas de 9 a 45 anos. Estudos clínicos de fase 3 haviam apontado que, em uma população de 9 a 16 anos, a vacina é capaz de proteger 66% dos indivíduos contra a dengue.

Nesse grupo etário, a imunização é bem mais eficaz para quem já foi infectado por um dos quatro sorotipos do vírus. Quem já pegou dengue tem uma proteção de 82%. Enquanto isso, quem nunca pegou a doença tem apenas 52% de proteção garantida.

Vacina do Butantan
Até o momento, a vacina de dengue da Sanofi – cujo nome comercial é DengVaxia – é a única aprovada no mundo. Mas existem outras vacinas em estudo. A que está em fase mais avançada é a que foi desenvolvida em parceria entre o Instituto Butantan e os Institutos Nacionais de Saúde dos EUA (NIH), que já deu início à ultima fase de testes clínicos antes de ser submetida à Anvisa para registro.

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