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Amizade: o segredo dos ‘menos atraentes’

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Pesquisa sugere que conhecer o parceiro antes de namorar faz com que os conceitos de beleza mudem; assim, aquele amigo que não corresponde às expectativas de beleza pode ser o parceiro ideal

A amizade pode ser o segredo das pessoas que são consideradas ‘menos atraentes’ e namoram com ‘bonitões’, sugeriu uma pesquisa publicada recentemente na revista especializada Psychological Science. Segundo os pesquisadores, casais que engatam namoro logo depois de se conhecerem têm a tendência de ser mais parecidos nos padrões de beleza, enquanto os formados por amigos ou pessoas que se conheciam muito antes de se relacionarem podem ter níveis diferentes de atratividade – em outras palavras, aceitam melhor as diferenças estéticas.

Lucy Hunt, da Universidade do Texas, e o colega Eli Finkel, da Northwestern University, buscavam uma resposta para o porquê de alguns indivíduos tenderem a se relacionar com pessoas com características comportamentais e físicas parecidas. Para compreender esse comportamento, eles questionaram 167 casais heterossexuais (60 namorados e 100 casados) sobre quanto tempo se conheciam e se eram amigos antes de começarem um relacionamento amoroso. Por último, os casais foram filmados e pessoas treinadas, chamadas de codificadores, classificaram cada indivíduo por sua atratividade.

O que os pesquisadores descobriram foi que casais que se conheceram há um mês e começaram a namorar tinham classificações muito parecidas de atratividade, enquanto os que se conheceram nove meses antes de namorar apresentaram poucas semelhanças nos padrões de beleza. Por exemplo, um homem classificado majoritariamente como não atraente teria mais probabilidades de se relacionar com uma mulher atraente se ambos tivessem se tornado amigos ou se conhecessem muito tempo antes de se relacionarem.

Segundo os pesquisadores, a razão principal para isso acontecer é o “mercado”: em um ambiente onde todos competem pelo melhor companheiro, é natural que as pessoas busquem aqueles mais “parecidos” com elas (como acontece em festas, por exemplo). No entanto, se as pessoas se conhecem melhor antes, como em casos de indivíduos que são conhecidos de família ou amigos, é mais fácil que outras características – sem ser a beleza – influenciem na escolha do “parceiro ideal”. “Ter tempo para interagir com os outros em diversas configurações oferece mais oportunidades para criar impressões únicas que vão além dos julgamentos iniciais, geralmente precipitados”, disse Hunt.

Os pesquisadores afirmam que será necessário ampliar a pesquisa, mas os primeiros dados sugerem que o conhecimento dos indivíduos pode influenciar na percepção de parceiros desejáveis ou não.

(Da redação)

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