O caso da estudante Jéssica Leite, assassinada na última terça-feira em Taguatinga, ainda deve ter muitas reviravoltas. A Polícia Civil diz ter identificado os autores e tenta convencer uma testemunha-chave a falar – por medo, ela ainda não deu seu relato na delegacia. Até o fechamento desta edição, ninguém havia sido preso.
Ontem, além de ter sido o dia do depoimento da mãe da vítima, a família sustentou uma versão de que a bolsa da garota, que continha drogas, teria sido encontrada horas depois do crime. A Polícia Civil, no entanto, negou o fato.
Mônica Leite, mãe de Jéssica, chegou à delegacia por volta das 15h30, acompanhada do irmão. O depoimento durou pouco mais de uma hora e ela saiu pela porta dos fundos, sem dar entrevista. Porém, chamou a atenção a mochila que o homem carregava.
De acordo com o delegado Flávio Messina, da 17ª DP (Taguatinga Norte), que cuida do caso e colheu o depoimento, a mochila era a que Jéssica usava no dia e foi devolvida à família. De acordo com ele, o depoimento não ajudou muito na resolução do crime, pois foi falado mais de “questões como os hábitos dela e do trajeto que ela fazia”.
Messina informou que, segundo o relato da mãe, a jovem fazia o mesmo trajeto todos os dias, “pois era um caminho mais direto da casa até o shopping”. O horário em que Jéssica saiu de casa também foi explicado, já que a estudante pretendia entregar um trabalho na faculdade. Mônica disse aos investigadores desconhecer qualquer tipo de envolvimento da filha com drogas.
Conforme o JBr. mostrou na quarta (15), havia microsselos de LSD, maconha e uma balança de precisão entre os pertences da jovem.
Conteúdo “plantado”
A avó de Jéssica, Iracy Santos Leite, alegou que a bolsa encontrada com drogas havia sido plantada no local horas depois: “Parece que apareceu só após umas quatro horas. Alguém colocou essas coisas na bolsa dela”. Para ela, a jovem “sempre foi uma moça muito família, não tinha motivos pra mexer com essas coisas”.
O delegado, porém, revelou que a bolsa sempre esteve em posse da polícia, desde o momento em que a ocorrência foi aberta: “Eu mesmo peguei a bolsa na hora do resgate e trouxe para a delegacia. Infelizmente, eles estão procurando alguma coisa em que se segurar, mas não tem fundamento”. A polícia chegou a revistar a casa da jovem no mesmo dia em busca de outras drogas, mas não encontrou nada.
A avó, por sua vez, acredita na versão de que Jéssica tenha sido morta por alguém que tenha tentado levar o celular dela e, ao encontrar resistência, a golpeou com a faca. “Foi assalto mesmo. Ela tinha até algumas marcas nos braços, de tentarem arrancar as coisas dela. Muita gente é assaltada por ali todo dia”, afirmou.
“Infelizmente, os jovens de hoje não querem saber de muita coisa. Aí, quando aparece um com sonhos, que quer cursar faculdade, vem outro e tira a vida. Ela iria começar a trabalhar nas Olimpíadas. Agora, não vai mais”, lamentou.
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