Funcionários que trabalham na limpeza de seis hospitais públicos do Distrito Federal cruzaram os braços em protesto contra o atraso no pagamento dos salários e dos tíquetes-alimentação. O grupo é responsável pela limpeza do chão, banheiros, recepção, UTIs, macas e ambulâncias em Taguatinga, Samambaia, Brazlândia, Guará e Materno Infantil. Eles também paralisaram, desde esta segunda-feira (11), o serviço em unidades de saúde de São Sebastião e Núcleo Bandeirante.
Procurada, Ipanema, empresa terceirizada contratada pelo governo, e foi informado de que o responsável não poderia comentar o assunto pela manhã.
Os funcionários recebem salário de R$ 1.052,22 e tíquete-alimentação de R$ 27,50 por dia. Os repasses devem ser feitos até o quinto dia útil do mês, que foi 7 de julho. De acordo com o diretor de imprensa do Sindiserviços, Antônio de Pádua Lemos, os atrasos ocorrem desde o início do ano passado.
O sindicato não tem estimativa de quantos trabalhadores aderiram à paralisação, já que o ato ocorre por turno de trabalho (que dura oito horas) e pelo menos 30% dos auxiliares de serviços gerais têm de manter o serviço, como obrigado por lei. Na segunda, o número foi de 400.
“Na área hospitalar tem 3 mil funcionários de limpeza considerando todas as empresas [Ipanema, Apecê e Dinâmica]. Mas duas delas, quando soltamos o documento da greve, foram aos postos de trabalho e convenceram os trabalhadores que ficassem pelo menos até amanhã [dia 13], que amanhã pagariam. É por isso que em outros hospitais, como o da Asa Norte, Gama, Paranoá, Planaltina e Sobradinho, ainda não tem greve”, declarou.
Em nota, a Secretaria de Saúde disse que deste a semana passada tem dialogado com as empresas prestadoras dos serviços de vigilância e limpeza para evitar a interrupção das atividades. “Para honrar com seus compromissos foi descontingenciado R$ 11 milhões e se aguarda mais R$ 22 milhões que serão destinados ao pagamento dos valores referentes às notas de dois meses de serviço”, declarou a pasta.
Segundo Pádua, caso o pagamento não ocorra “urgentemente”, o movimento grevista deve se ampliar para outras unidades de saúde e para escolas públicas. Atualmente o serviço está mantido nas unidades de ensino. Em nota, a Secretaria de Educação disse que todos os contratos estão “devidamente pagos”.
Outros problemas
Os trabalhadores também reclamam que têm de usar locais inadequados e que têm riscos de desabamento e incêndio para suas alimentações diárias e higiene pessoal. Eles dizem que o refeitório do Hospital Regional de Ceilândia, por exemplo, é “minúsculo” e que a troca de roupa e higiene pessoal têm de ser feitas em um barraco improvisado nos fundos das unidades de saúde. Os funcionários também se queixam da presença constante de ratos.
“Esse governo entrou prometendo que ia resolver, era a salvação da pátria. Pelo que a gente sabe, não pagou nem os fornecedores, não paga as empresas que estão prestando os serviços. Se paga, por que as empresas estão atrasando o salário do pessoal?”, questionou Lemos.
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