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CPI ouve ex-secretário de Saúde do DF Fábio Gondim nesta quinta

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Gravação mostra ex-gestor dizendo que havia um ‘meio podre’ na pasta. Comissão na Câmara apura suposto esquema de desvio de verba na área.

O ex-secretário de Saúde do DF Fábio Gondim, que presta depoimento à CPI da Saúde nesta quinta (18) (Foto: Matheus Oliveira/Agência Saúde)

O ex-secretário de Saúde do DF Fábio Gondim, que presta depoimento à CPI da Saúde nesta quinta (18) (Foto: Matheus Oliveira/Agência Saúde)

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde na Câmara Legislativa do Distrito Federal deve ouvir nesta quinta-feira (18) o ex-secretário de Saúde Fábio Gondim. A sessão está agendada para as 10h. O colegiado apura suposto esquema de desvio de dinheiro público na área entre 2011 e março de 2016.

Gondim deixou a pasta em março último após sete meses na função. Em seu lugar, entrou Humberto Lucena. À CPI, o ex-gestor deve falar sobre o suposto esquema de pagamento de 30% de propina na Secretaria de Saúde.

Em conversa com a presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde (SindSaúde), Marli Rodrigues, ele diz que que existe um “meio podre” na pasta.

A dirigente sindical gravou conversas também com o vice-governador, Renato Santana. No registro, ela pergunta ao vice se ele tem conhecimento de irregularidades. Santana nega, mas diz saber de propinas de 10% na Secretaria de Fazenda.

Em julho, o governador Rodrigo Rollemberg disse que a presidente do SindSaúde “vai pagar muito caro” pelas denúncias “difamatórias e caluniosas” sobre o suposto pagamento de propina no GDF.

Segundo ele, Marli e o sindicato são contra a mudança no modelo de administração nas unidades de saúde que o governo quer implantar. O chefe do Executivo disse que a implantação das organizações sociais como gestoras de hospitais e centros de saúde tem sido combatida por “interesses poderosos e milionários”.

A presidente do Sindicato dos Servidores na Saúde (SindSaúde), Marli Rodrigues, durante depoimento à CPI da Saúde da Câmara Legislativa do Distrito Federal nesta segunda-feira, (Foto: Gabriel Luiz/G1)

Marli e Santana foram ouvidos separadamente pela CPI. Eles seriam ouvidos ao mesmo tempo na última segunda-feira (15), mas o vice-governador não compareceu.

Santana enviou nota aos distritais dizendo que já esclareceu “todos os fatos relativos às denúncias” no depoimento que prestou à comissão em 21 de julho. Ele também escreveu que em “nada mais poderia contribuir” participando de uma nova sessão.

A expectativa era de que os dois dessem detalhe de um “organograma” entregue à CPI pela presidente do SindSaúde, que explicaria o suposto esquema de propina. Nesta segunda, Marli disse que não poderia dar detalhes sobre a denúncia porque o caso é investigado pelo Ministério Público.

Segundo Marli, o organograma foi feito pelo ex-subsecretário de Saúde do DF Marco Júnior. Ele se manteve calado na maior parte do tempo em depoimento à CPI no último dia 5, protegido por um habeas corpus.

Manuscrito entregue nesta quinta-feira (21) pela presidente do SindSaúde, Marli Rodrigues, à CPI que investiga supostas irregularidades na pasta do Distrito Federal (Foto: SindSaúde/Reprodução)

Marco Júnior aparece em um áudio da presidente do sindicato dos servidores da Saúde dizendo haver integrantes do alto escalão do governo envolvidos em esquema de corrupção na Saúde, com pagamento de propina de 10% sobre o valor de contratos.

Questionado pela comissão sobre irregularidades, Júnior afirmou que se reservava “o direito de ficar em silêncio”. Antes, ele fez um breve discurso em que contou ter trabalhado no governo do Maranhão, onde trabalhou com Gondim. Foi o ex-secretário quem o convidou para o cargo na Saúde do DF.

O vice-governador do Distrito Federal, Renato Santana, durante depimento à CPI da Saúde nesta quinta-feira (21) (Foto: Rogaciano José/CLDF/Divulgação)

O ex-subsecretário foi chamado a depor novamente no dia 24 de agosto. A expectativa dos deputados é de que ele aceite dar mais detalhes à comissão, sem recorrer a um habeas corpus.

Nesta quarta (17), a comissão ouviu o ex-assessor de imprensa da Secretaria de Turismo Caio Barbieri. Presente em áudios gravados por Marli, Barbieri não compareceu à CPI nesta sexta porque disse que estava viajando.

Aos membros da comissão ele disse que levou as denúncias sobre o suposta esquema de corrupção ao conhecimento do superior imediato, o chefe da Casa Civil, Sérgio Sampaio, e ao então diretor da Polícia Civil, Eric Seba “por dever de cidadão”.

Barbieri confirmou a autenticidade da gravação. Ele foi exonerado da Secretaria de Esporte e Turismo após a divulgação dos áudios. O ex-assessor disse que atuou como “free lancer” para o SindSaúde e que manteve encontros com Fábio Gondim para tratar de questões do governo.

Para esta sexta-feira (19), está previsto o depoimento do atual subsecretário de Saúde, Marcello Nóbrega. Ele é apontado nas gravações como pessoa de confiança do governador Rodrigo Rollemberg e da mulher dele, Márcia.

 

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