Paralisação de 300 microônibus de quatro cooperativas de transporte público do Distrito Federal prejudicou cerca de 220 mil passageiros nesta segunda-feira (22). Os veículos permaneceram nas garagens durante o dia, interrompendo linhas que passam por onze regiões do DF. Os rodoviários pedem aumento de salário, benefícios e plano de saúde.
Na última quarta-feira (17), rodoviários da Cootarde – uma das quatro cooperativas – cruzaram os braços no terminal do Setor O de Ceilândia para cobrar o pagamento dos salários, atrasados em um mês e meio. No mesmo dia motoristas, cobradores e ex-funcionários da cooperativa foram acusados pela direção da empresa de protagonizarem atos de vandalismo em 10 ônibus.
Segundo o diretor sindical Diógenes Nery, os funcionários estão sem receber salários desde o dia 5 de julho. “Não tem previsão de acabar. O que a gente espera é o pagamento dos salários”, disse.
A presidente da Cootarde, Marlene Chagas, diz que a cooperativa busca negociar o valor do reajuste, mas informou que é “impossível” conceder o aumento pleiteado pela categoria.
Os rodoviários da cooperativa, que tem 800 funcionários e 150 micro-ônibus, buscam a equiparação salarial aos funcionários da empresa São José, que cobre as regiões do SIA, SCIA, Vicente Pires, Ceilândia (ao norte da Av. Hélio Prates), Taguatinga (ao norte da QNG 11) e Brazlândia. Em todo o Distrito Federal, são 2 mil funcionários lotados em cooperativas de transporte.
O DFTrans informou que o repasse de R$ 700 mil referente às gratuidades do Passe Livre Estudantil e de passageiros portadores de necessidades especiais ainda não foi realizado porque o valor está sendo apurado. A cooperativa diz que o atraso de 45 dias no pagamento do subsídio não afetou no depósito dos salários dos funcionários.
“Estamos em processo de negociação da data-base, mas o sindicato não está interessado em tratativas. Eles [os grevistas] fecharam as portas de nossa garagem com dois ônibus e esperam quebrar a cooperativa, para que o transporte na região seja feito somente pela São José que, hoje, cobre as mesma slinhas que a nossa empresa”, afirmou a presidente da cooperativa.
Segundo o sindicalista, um motorista de um micro-ônibus da cooperativa recebe R$ 1.171 e um cobrador ganha R$ 880, fora o tíquete alimentação e a cesta básica. O dinheiro deveria ter sido pago até o quinto dia útil do mês. Até as 7h, os rodoviários continuavam paralisados.
Agressão
De acordo com a Polícia Militar, chegou a haver confronto entre funcionários e diretores da cooperativa no início do protesto. A presidente da cooperativa alega que um funcionário foi agredido e sofreu uma fratura na perna após ser agredido por um grevista, mas ninguém foi preso.
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