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Construtoras recusam nova proposta da Prefeitura pelo Parque Augusta
Município ofereceu R$ 70 milhões e outros benefícios para empresas. MP disse que vai recomendar desapropriação de área menor do terreno.
As construtoras Setin e Cyrela recusaram uma nova proposta feita pela Prefeitura de São Paulo pelo terreno do Parque Augusta, no Centro da capital. Em reunião realizada nesta segunda-feira (22), a administração municipal ofereceu R$ 70 milhões em dinheiro e mais R$ 30 milhões em potencial construtivo, e o encerramento das ações. Em junho, o município já tinha oferecido R$ 40 milhões.
Representantes das duas empresas mantiveram o pedido em R$ 120 milhões em dinheiro, alegando que a área vale o dobro – R$ 240 milhões.
“Preferimos esperar o julgamento”, disse Antônio Setin, presidente da construtora que leva seu nome, durante a terceira audiência de negociação, no Fórum Hely Lopes Meirelles, no Centro de São Paulo. Após o término, os advogados das construtoras não quiseram falar com a imprensa.
O Parque Augusta é uma área com 24 mil metros quadrados localizada entre as ruas Caio Prado, Augusta, Consolação e Marquês de Paranaguá. São dois terrenos particulares, de 16.100 m² e de 7.600 m². Um grupo luta há 40 anos para que o município adquira a área e a transforme em parque.
Desapropriação
Caso impasse nas negociações se mantenha, o Ministério Público (MP) pretende recomendar a desapropriação de parte do terreno. “O plano A é o acordo para que o terreno seja adquirido imediatamente. O plano B é a desapropriação da área menor e a discussão do restante, que está sub judice”, disse o promotor Silvio Marques.
Segundo ele, as empresas sinalizaram a possibilidade de conversar com a Prefeitura e o Ministério Público, mesmo sem nenhuma nova audiência agendada.
“[A proposta da Prefeitura] chega mais ou menos perto do valor venal do terreno, e é uma forma de resolver de uma vez por todas esta questão. Apesar de não ter havido acordo hoje, o processo vai continuar e, se as empresas concordarem com esse valor, elas podem procurar a Prefeitura e o Ministério Público para tentar uma solução”, afirmou.
O montante ofertado pela gestão municipal é o total do que foi obtido mediante acordo firmados com os bancos UBS União de Bancos Suíços e Citibank N.A. dos Estados Unidos.
No dia 3 de agosto, as duas instituições financeiras ressarciram aos cofres da prefeitura US$ 25 milhões relativos a movimentação de contas que seriam do ex-prefeito Paulo Maluf por dinheiro de obras superfaturadas. Maluf nega que o dinheiro seja dele.
O MP fez um acordo com a Prefeitura de São Paulo para que esse dinheiro seja investido na construção do Parque Augusta. As empresas querem viabilizar um empreendimento imobiliário e prometeram fazer um parque aberto à população em parte da área. Já o Ministério Público e moradores da região central pedem a construção de um parque.
Ações
O MP também já propôs uma ação para pedir a declaração de perda da área verde e o pagamento de dano moral coletivo pelo fechamento dos portões do parque no valor de R$ 500 mil por dia.
A Promotoria afirma que as árvores são tombadas e não podem ser removidas e que o projeto dos prédios não estaria em consonância com o previsto na matrícula, que prevê a obrigatoriedade de uma passagem.
A Prefeitura de São Paulo já publicou decretos no sentido de transformar a área em um parque. Um deles, na gestão Gilberto Kassab, determinou a área de interesse público. Já o prefeito Fernando Haddad criou um decreto autorizando a Prefeitura a criar o Parque Municipal Augusta. Por falta de recursos, porém, o parque nunca saiu do papel.
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