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Justiça obriga deputados do DF a depor sobre Caixa de Pandora

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Cristiano Araújo e Bispo Renato Andrade têm faltado audiências, diz juíza. Eles foram citados como testemunhas no caso do ‘Mensalão do DEM’.

Sede da Câmara Legislativa do Distrito Federal (Foto: Ricardo Moreira / G1)

Sede da Câmara Legislativa do Distrito Federal (Foto: Ricardo Moreira / G1)

Os deputados distritais Cristiano Araújo (PSD) e Bispo Renato Andrade (PR) foram intimados a prestar depoimento em uma audiência sobre a operação Caixa de Pandora, que apura o envolvimento de deputados distritais, integrantes do governo do Distrito Federal, além do então governador José Roberto Arruda enquanto estava no DEM e de seu vice, Paulo Octávio em um suposto esquema de corrupção.

Investigados por suspeita de receberem propina em troca de destinação de dinheiro público para contratos com serviços de UTI, Araújo e Andrade foram indicados como testemunhas pelo ex-chefe da Casa Civil José Geraldo Maciel. Caso faltem, deverão ser conduzidos coercitivamente para uma outra audiência a ser marcada.

As assessorias de Andrade e de Araújo dizem que eles irão depor na próxima audiência, marcada para 22 de setembro, às 10h.

A justificativa para a convocação é de que a juíza tem tentado ouvi-los, mas eles têm se ausentado alegando falta de agenda. De acordo com a juíza Simone Pena, da 2ª Vara de Fazenda Pública do DF, os deputados “não compareceram nas datas por ele mesmos indicadas, sempre sob a justificativa (realizada na véspera da audiência designada, repise-se) de compromissos parlamentares”.

No processo, a intenção é ouvir os deputados sobre licitações e reconhecimento de dívida em contratos de tecnologia para o GDF – especialmente envolvendo a empresa Linket, acusada de abastecer o esquema de pagamento de propina.

Na época do governo Arruda, Cristiano Araújo era parlamentar da base e Bispo Renato Andrade era responsável pela Secretaria do Entorno, hoje extinta.

Membro da Mesa Diretora, Bispo Renato Andrade é investigado junto com a presidente afastada da Câmara, Celina Leão (PPS), Raimundo Ribeiro (PPS) e Júlio César (PRB). De acordo com as investigações, o esquema envolvendo pagamento para empresas de UTI foi articulado por Cristiano Araújo (PSD), que nega ligação com irregularidades.

Entenda as denúncias
Em entrevista à TV Globo, a ex-vice-presidente da Câmara, Liliane Roriz (PTB), detalhou parte do suposto “acordo” que favorecia o grupo de distritais. Segundo ela, a negociação tratava de uma “sobra orçamentária” de R$ 30 milhões, destinada originalmente à reforma de escolas e unidades de saúde.

No começo de dezembro, os distritais aprovaram uma mudança no texto, direcionando o aporte para pagar dívidas do Palácio do Buriti com prestadoras de serviço em UTIs. O esquema teria sido montado pelo distrital Cristiano Araújo. Pela denúncia, o acordo envolveria repasse aos deputados de 7% sobre o valor das emendas.

Celina negou irregularidades e disse que Liliane mentiu porque sente “inveja” dela. Ela também adiantou que vai encaminhar documentos ao Ministério Público para provar que não agiu de forma ilegal na destinação de recursos de emendas parlamentares.

“A acusação é falha porque a emenda é da deputada. A emenda é dela, da vice-presidente. Ela que propôs. Se existe ilegalidade, ela que remoque responder”, afirmou Celina. Segundo ela, o termo “projeto” se refere ao texto da emenda.

Liliane seria julgada pelo Tribunal de Justiça naquela quarta em um processo que poderia cassar a possibilidade de ela se reeleger. A audiência foi adiada por falta de quórum. “No dia do julgamento, ela tenta criar esse circo, colocando suspeição sobre os deputados. Se ela tinha percepcao de ilegalidade, por que ela propôs isso? Todo o trâmite tem que ser respondido por ela.”

 

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