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Grupo lava chão em frente à Câmara do DF em ato contra corrupção

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Evento reuniu dez pessoas com artigos de limpeza e cartazes de protesto. Ação foi motivada após denúncia de propina para pagar empresas de UTIs.

Grupo protesta contra corrupção em frente à Câmara Legislativa do DF (Foto: Diogo André/Divulgação)

Grupo protesta contra corrupção em frente à Câmara Legislativa do DF (Foto: Diogo André/Divulgação)

Um grupo de dez pessoas se reuniu na manhã deste domingo (28) em frente à Câmara Legislativa do Distrito Federal para protestar contra os “desvios na saúde”. Os manifestantes levaram baldes, rodos, vassouras e até um caminhão-pipa para “lavar a corrupção da Câmara Legislativa”.

O ato foi motivado depois das denúncias apresentadas pela deputada Liliane Roriz (PTB) sobre um esquema de pagamento de propina em contratos de UTI. O caso levou a uma ação da Polícia Civil na Câmara e na casa de membros da Mesa Diretora da Casa, que foram afastados pela Justiça.

No protesto desta manhã, os participantes esfregaram o chão com água e sabão e instalaram equipamentos de hospitais para criticar a gestão na saúde pública.

O grupo também usou um carro de som e levou cartazes com dizeres como “A saúde do DF está um caos”, “Chega de bandido na Câmara Distrital” e “Dinheiro pra roubar tem, pra saúde nunca tem”.

Nos áudios gravados por Liliane Roriz, a presidente da Câmara, Celina Leão (PPS), fala sobre a mudança de finalidade de uma emenda parlamentar que direcionou R$ 30 milhões da sobra orçamentária da Câmara a um grupo de seis empresas que prestam serviço de UTI. Segundo as denúncias, o repasse acabou beneficiando pelo menos seis deputados.

A ação policial na Casa aconteceu na última terça-feira (23). No total, foram 14 mandados de busca e apreensão, 8 mandados de condução coercitiva e 4 de afastamento cautelar. As buscas foram feitas nos gabinetes parlamentares, na Presidência da Câmara e na residência das pessoas citadas. Segundo o MP, todos se apresentaram espontaneamente, dispensando o cumprimento da condução coercitiva.

“As investigações são sigilosas. Elas vieram a conhecimento público antes do momento que julgávamos oportuno. Essa palavra é muito cara, porque o princípio mais importante da investigação é a oportunidade. Isso exigiu do MP e do Judiciário a tomada de medidas na manhã de hoje”, afirmou o promotor de Justiça do Grupo de Apoio ao Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Clayton Germano.

Durante toda a manhã, a Polícia Civil apreendeu computadores, mídias digitais, documentos em papel e imagens de processos legislativos. Foram apreendidos R$ 16 mil em dinheiro e joias, mas o MP não informou a quem pertenciam os valores.

Os alvos da operação policial são os membros da Mesa Diretora: a presidente, Celina Leão, o primeiro secretário, Raimundo Ribeiro (PPS), o segundo secretário, Júlio César (PRB), e o terceiro secretário Bispo Renato Andrade (PR). Todos eles foram afastados das funções na Câmara, mas não perderam o mandato. Também é alvo o deputado Cristiano Araújo (PSD). Todos os envolvidos negam irregularidades.

 

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