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Golfinhos podem ‘conversar’ como nós, sugere estudo

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A comunicação entre uma dupla de golfinhos sob a água revela que os animais usam sinais dispostos em sentenças, da mesma maneira que humanos

Há muito tempo os biólogos sabem que os golfinhos emitem "cliques" e assobios quando estão felizes, separados do grupo ou tristes. (Chris McGrath/Getty Images/VEJA/VEJA)

Há muito tempo os biólogos sabem que os golfinhos emitem “cliques” e assobios quando estão felizes, separados do grupo ou tristes. (Chris McGrath/Getty Images/VEJA/VEJA)

Golfinhos são capazes de “conversar” como os seres humanos, afirma um estudo “linguístico” dos sons emitidos pelos animais. Usando diferentes sinais sonoros (chamados “cliques”), um após o outro, os animais formam sentenças muito semelhantes às frases humanas, afirma o cientista Vyacheslav Ryabov, pesquisador Reserva Natural Karadang, na Rússia, após analisar a gravação de uma dupla de golfinhos.

“Como essa linguagem [dos golfinhos] exibe todas as características presentes na linguagem falada humana, isso indica um alto nível de inteligência e consciência nos golfinhos e sua linguagem pode ser considerada uma linguagem falada altamente desenvolvida, semelhante à humana”, afirma o pesquisador, em estudo publicado recentemente.

A “conversa” dos golfinhos

Há muito tempo os biólogos sabem que os golfinhos emitem “cliques” e assobios quando estão felizes, separados do grupo ou tristes. Mas nenhuma análise linguística tão detalhada havia sido feita dos “cliques”. A conclusão veio depois que os animais tiveram sua comunicação gravada por um microfone embaixo d’água capaz de registrar os diferentes sons e tons que emitem.

Ryabov descobriu que os animais alteram o volume a frequência de “cliques” ou “pulsos” emitidos como se fossem palavras dispostas em frases. Um após o outro esses sinais vão compondo sentenças que permitem a comunicação entre os golfinhos. O cientista também verificou que um animal escuta a sentença do outro, sem interrupção, para só depois, ter seu turno e “responder”.

“Cada pulso produzido pelos golfinhos é diferente do outro por sua extensão no tempo e pelo conjunto de componentes espectrais que compõe a frequência. Assim, podemos assumir que cada pulso representa um fonema ou uma palavra na linguagem dos golfinhos”, afirma o cientista no estudo.

Analisando a semântica, produtividade e outras características linguísticas, ele conclui que as “frases” tem até cinco “palavras”. Seu conteúdo, entretanto, ainda não foi decifrado.

Os assobios dos golfinhos, porém, têm análises mais avançadas nesse sentido. Em 2013, cientistas escoceses mostraram que, em grupo, esses animais identificam cada um dos indivíduos com um tipo de assobio diferente, uma espécie de assinatura sonora, como se fosse um “nome”.

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