A inadimplência no país ficou estável em agosto sobre julho, a 5,7%, mês em que o estoque total de crédito no Brasil também não sofreu alteração percentual, divulgou o Banco Central nesta quarta-feira. Em contrapartida, os juros médios no segmento de recursos livres – em que as taxas são definidas livremente pelas instituições financeiras – seguiram em trajetória de alta, alcançando novo recorde histórico de 53%, patamar mais alto da série histórica iniciada pelo BC em março de 2011.
Enquanto isso, o spread bancário, que mede a diferença entre o custo de captação e a taxa cobrada pelos bancos ao consumidor final, subiu a 40,7 pontos percentuais no mês, ante 40,4 pontos em julho, também alcançando o maior valor da série.
Apesar do fraco cenário para financiamentos, marcado por cautela tanto por parte de bancos como por parte de consumidores, o estoque total de crédito no Brasil ficou estável em agosto, a 3,115 trilhões de reais, equivalente a 51,1% do Produto Interno Bruto (PIB). No acumulado do ano, o estoque sofreu redução de 3,2%. Em 12 meses, caiu 0,6%.
“Essa desaceleração (em 12 meses) está associada à redução da atividade econômica, à elevação dos custos. Tivemos relativamente ao ano passado elevação das taxas de juros (médios) ao longo do ano”, afirmou o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel.
Nesta quarta, o BC divulgará as novas projeções para o mercado de crédito em 2016. Na última estimativa, feita em junho, a expectativa era de que o estoque total de crédito no país subisse 1% no ano. De lá para cá, o próprio BC admitiu que o número deveria ser revisto para baixo diante do cenário vigente.
(Com agência Reuters)
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