Detentos do Distrito Federal foram mobilizados nesta sexta-feira (21) para auxiliar na retirada de entulhos, poda de árvores e limpezas em escolas que foram afetadas pelo temporal que atingiu Samambaia na última quarta (19), quando mil casas ficaram destruídas. Ao todo, 60 presos estão colaborando, informou o governo do DF.
Reeducandos do regime fechado, eles estão divididos nas escolas classe 111, 317 e 511 de Samambaia. Eles são voluntários e podem ter redução de pena por causa da prestação do trabalho.
“É uma proposta de ressocialização integrada dentro do sistema de segurança pública junto com a Defesa Civil e a Novacap”, disse a secretária de Segurança Pública, Márcia de Alencar.
Com o trabalho feito nas escolas, a Secretaria de Educação disse que a previsão é de que as unidades estejam em funcionamento na próxima semana. A expectativa é de que as aulas também voltem na próxima segunda (24).
A pasta informou que vai destinar R$ 340 mil para oito escolas afetadas. A que receberá mais recursos é o Centro Educacional 619, com R$100 mil. As demais unidades receberão de R$ 5 mil a R$ 80 mil.
Responsável pela manutenção do DF, a Novacap destinou para a operação em Samambaia 295 funcionários e 90 equipamentos, ente caçambas, caminhões, tratores, pás mecânicas e máquinas em geral, que são usadas para o transporte dos entulhos e galhos de árvores.
Segundo a Secretaria de Cidades, 800 pessoas haviam se cadastrado para receber auxílio do governo, até o início desta manhã. “Estamos agora trabalhando a situação das casas destelhadas”, disse o chefe da pasta, Marcos Dantas. A energia já foi completamente restabelecida pela CEB na madrugada desta sexta-feira (21).
Dezessete escolas e creches foram interditadas, e também só voltam a funcionar após liberação da Defesa Civil. Pelo menos mil casas tiveram danos, em maior ou menor escala. Cinco pessoas ficaram feridas e um vigilante de 32 anos morreu, após ser atingido pela queda de um muro.
O governo montou um comitê gestor de crise na Creche Ipê Roxo. Até o último balanço de quinta-feira, não havia registro de pessoas desabrigadas que precisassem de acolhimento do Palácio do Buriti – muitos buscaram o apoio de parentes e amigos.
A Cruz Vermelha de Brasília recebe doações de materiais como tijolos, telhas, areia e cimento para ajudar as vítimas do temporal. Os produtos podem ser entregues no ginásio de esportes da quadra 301 entre 8h e 18h. Interessados em fazer grandes doações devem procurardiretamente a organização.
Temporal
A ventania durou menos de 15 minutos, mas foi suficiente para derrubar postes, árvores, muros e telhas. Durante a tarde, famílias fizeram mutirões para restaurar o teto das residências, em uma tentativa de se preparar para novas pancadas de chuva.
“Muitos deles tiveram prejuízo, mas esqueceram os prejuízos deles e vieram ao meu socorro. E, [agora é] recomeçar”, diz a pesquisadora de preços Lucilene Meneses. A maior parte do telhado da casa dela foi arrancada pelo vendaval.
Um centro de apoio foi montado pela Defesa Civil na quadra 115 de Samambaia Sul, para que os moradores procurem os agentes. O espaço foi instalado do lado a um Centro de Atenção Integral à Criança (Caic), cujo muro da frente caiu.
Uma igreja da quadra 425, onde estava havendo culto na hora da ventania, foi o prédio mais atingido, segundo os bombeiros. Uma mulher ficou ferida, mas ela foi socorrida sem gravidade. A situação obrigou os moradores a sair das casas vizinhas por risco de desabamento. Segundo os bombeiros, um homem de 32 anos foi levado consciente ao Hospital Regional de Ceilândia com fratura no braço e escoriações.
“Nesse primeiro momento, vamos fazer uma avaliação prévia juntamente com a Defesa Civil e as casas em que encontrarmos algum tipo de dano estrutural, a Defesa Civil vai fazer a interdição e a realocação dos moradores, principalmente em casa de parentes ou vizinhos próximos”, afirmou o coronel Alan Araújo, porta-voz do Corpo de Bombeiros. A corporação não sabia estimar a quantidade total de pessoas feridas.
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