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Superlua aparece mais brilhante nesta segunda (se a chuva deixar)

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A noite de hoje será de observação de um fenômeno não registrado há 68 anos.

Na Superlua do mês passado, a distância da Terra foi de 364.687 quilômetros. Na de hoje, será de 356.509: satélite poderá ser observado a olho nu

Na Superlua do mês passado, a distância da Terra foi de 364.687 quilômetros. Na de hoje, será de 356.509: satélite poderá ser observado a olho nu

Um raro espetáculo enfeitará a noite de hoje. A segunda Superlua do ano será a maior e a mais brilhante em quase 70 anos devido a uma série de coincidências astronômicas. O fenômeno em si não é raro. Somente em 2016, serão três consecutivos: em 16 de outubro, 14 de novembro e 14 de dezembro. “Os observadores terão a impressão de que a Lua é gigante”, resume o astrônomo Pascal Descamps, do Observatório de Paris.

O evento é resultado da coincidência entre a fase cheia do satélite e o ponto da sua órbita mais próximo da Terra, conhecido como perigeu. Hoje, ela estará a apenas 356.509 quilômetros da Terra, sendo que a distância média é de 384.400 quilômetros. Na Superlua do mês passado, a distância foi de 364.687 quilômetros. “É preciso voltar a 26 de janeiro de 1948 para ter uma Superlua cuja distância em relação à Terra seja menor do que essa”, informou, em nota, a agência espacial americana, a Nasa. Ou esperar mais 18 anos: até 25 de novembro de 2034.

A Lua atingirá esse ponto às 21h22 e estará cheia às 23h52, mas o fenômeno poderá ser observado normalmente durante toda a noite. “Se for observada ao nascer, o efeito da Superlua será dobrado devido a um fenômeno conhecido como ilusão lunar”, diz Deschamps. Trata-se de uma ilusão de ótica que acontece porque fica mais fácil comparar o tamanho do satélite com outros objetos, como árvores e prédios. Além de maior, a Lua geralmente apresenta tons amarelos ou alaranjados ao nascer devido à presença de partículas suspensas na atmosfera, como poeira, fumaça e até mesmo as cinzas lançadas por vulcões.

Segundo a Nasa, uma Superlua pode ser até 14% maior e 30% mais luminosa que uma Lua cheia no seu apogeu, quando está distante da sua órbita. “Algumas Superluas são mais super do que outras”, explica Descamps. Desta vez, como o sistema Terra/Lua se aproxima da época do ano em que está mais perto do Sol — em 4 de janeiro —,  a Lua vai receber mais luz solar que o habitual, o que também aumentará seu brilho aparente, explicou a Associação Astronômica Irlandesa.

Chuva

Ela nascerá às 19h38, mas a previsão para o clima não é muito animadora. O fenômeno coincide com a época das chuvas em Brasília. O Clube de Astronomia de Brasília, inclusive, não costuma realizar eventos de observação do céu nesta época do ano, justamente por conta da grande probabilidade de chuva. De fato, o Instituto Nacional de Meteorologia aponta que existe 45% de chance de chover no começo da noite, e que o dia será nublado, com umidade acima de 80%.

Desde que as condições meteorológicas sejam favoráveis, o fenômeno poderá ser observado a olho nu por qualquer pessoa, em todo o planeta. Quem utilizar binóculos ou telescópios, porém, poderá explorar a superfície lunar como nunca. Para Mark Bailey, diretor emérito do Observatório de Armagh, da Irlanda do Norte, eventos como esse têm a vantagem de incentivar a população a prestar mais atenção no céu. “Precisamos tentar fazer com que as pessoas estejam mais atentas ao seu ambiente natural”, diz o astrônomo, que lamenta que prestemos tão pouca atenção ao satélite que está todas as noites sobre nossas cabeças.

14%
maior*

30%
mais brilhante*

Proporções da Superlua comparadas às da Lua cheia durante seu apogeu

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