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Agente que atirou em menino responderá por tripla tentativa de homicídio
Silvio Moreira Rosa está preso na Divisão Estadual de Investigações de Homicídios, em Goiânia (GO), por disparar contra um carro e atingir o coração de uma criança de 6 anos
O agente da Polícia Civil do Distrito Federal Silvio Moreira Rosa, 54 anos, será indiciado por tripla tentativa de homicídio por motivo fútil. Quem afirma é o titular da Delegacia de Águas Lindas (GO), Danilo Victor Nunes de Souza. Silvio está preso na Divisão Estadual de Investigações de Homicídios, em Goiânia (GO), por disparar contra um carro e atingir o coração de uma criança de 6 anos que estava na cadeirinha no banco de trás do veículo. O menino passou por uma cirurgia na madrugada de sábado e está internado no Hospital Santa Helena, na Asa Norte, em estado grave e coma induzido. Para Danilo, ao atirar contra o carro em que a criança estava, o policial tinha a intenção de matar, motivada por um motivo banal: uma freada no trânsito.
O indiciamento pode mudar caso o menino não sobreviva. Danilo explica que o inquérito está “praticamente concluído”. Ele espera o fim do recesso forense para que um juiz analise as provas e os depoimentos e emita uma decisão sobre a prisão em flagrante. Se ele aceitar, Silvio continuará preso. Se negar, o policial civil do DF pode deixar a prisão na capital goiana, possivelmente, monitorado por uma pulseira eletrônica. “O juiz pode indeferir o flagrante e pedir outra medida cautelar, mas acho pouco provável que ele seja solto. Ele já tem passagens anteriores por ameaça, injúria. Chegou a ser expulso da polícia civil, passou três anos desligado. Só com as declarações do pai e das testemunhas, montamos um cenário forte o suficiente para autuá-lo em flagrante. Agora, é aguardar a homologação da Justiça”, declarou.
Argumento frágil
O delegado também falou sobre o depoimento do policial civil brasiliense. “No interrogatório formal, ele quis se manter em silêncio. Mas, quando foi detido, afirmou aos policiais e à imprensa que pensou se tratar de um assalto. As testemunhas que estavam com ele no carro relataram que, após atingir o garoto, ele usou a mesma justificativa para elas”, contou. Para Danilo, no entanto, o argumento é fraco e não se sustenta. Ele considerou a atitude de Silvio “desproporcional” e afirmou que um policial que transporta outras pessoas dificilmente perseguiria um veículo após uma tentativa de assalto, colocando os passageiros em risco.
“Quando uma pessoa é assaltada, ela dificilmente persegue o algoz. Ainda mais sendo um policial que transportava outros passageiros. Não seria razoável, nem se o argumento fosse verdadeiro”, explica. “Perguntamos se, em algum momento, ele viu o rapaz sacar alguma arma. A resposta foi negativa. O pai da criança e o policial nem sequer trocaram uma palavra. Ele teria se sentido contrariado pelo fato de o rapaz ter freado o veículo na frente dele”, concluiu o delegado.
A Corregedoria Geral da Polícia Civil do DF pediu uma cópia do auto de prisão em flagrante da corporação goiana. Segundo nota divulgada pela força de segurança brasiliense, técnicos farão uma análise do fato no aspecto disciplinar. “Após análise e instauração do processo, será adotada a punição administrativa cabível”, garante.
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