Quando ainda era “apenas” um bilionário do ramo imobiliário, em 2013, Trump esteve em Moscou prospectando negócios. Quis se hospedar, afirma o relatório, na mesma suíte presidencial do hotel Ritz Carlton onde o presidente Barack Obama e Michelle haviam ficado em visita oficial.
Continuando com as informações, consideradas suficientemente dignas de crédito para constar do relatório: várias prostitutas foram contratadas e fizeram uma prática conhecida como “chuva de ouro”, quando uma mulher urina diante ou sobre um homem como forma de excitação sexual. Isso aconteceu na cama e no chão da suíte.
O serviço secreto russo registrou tudo e passou a ter um poderoso instrumento de chantagem sobre Trump. Ao mesmo tempo, explorou a proximidade que já tinha com Donald Trump, fornecendo a ele informações secretas sobre adversários, incluindo gravações clandestinas de Hillary Clinton.
Também consta no relatório que Michael Cohen, advogado de Trump que o acompanhará na Casa Branca, manteve contatos secretos com a espionagem russa, incluindo durante uma visita a Praga. (Cohen disse que nunca esteve em Praga)
Nesse caso, Trump teria praticado atos que o desabilitam a ser presidente dos Estados Unidos. Nada mais, nada menos.
Um resumo do relatório da CIA foi mostrado a Trump na semana passada – ele portanto já sabia do chumbo grosso que viria. É possível que não contasse com a sua divulgação, feita pelo site BuzzFeed News, um dos vários meios que teve acesso ao resumo do relatório.
Todas as hipóteses sobre o caso são estarrecedoras. A primeira: é tudo verdade, mas jamais poderá ser comprovado. Isso cria um clima insuportável para o governo Trump e a quase obrigação de que o futuro presidente faça um expurgo nos serviços de inteligência.
A segunda hipótese: é verdade e o FBI, que já entrou no caso, apresentará provas disso. Impeachment na certa. Terceira: a inteligência americana caiu numa peça de consequências estrondosas. Já existem afirmações de que o relatório de 35 páginas é falso, foi criado como “fanfiction” e mandado a Rick Wilson, um blogueiro anti-Trump que o repassou para a CIA. Wilson já disse que é mentira.
Trump, claro, aderiu à versão da notícia falsa. Distinguir entre verdade e mentira não só está ficando cada vez mais impossível como parece ser inútil.
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