A primeira-ministra britânica, Theresa May, anunciou nesta terça-feira, em discurso em Londres, que o Reino Unido seguirá os passos necessários para deixar a União Europeia (UE), o que inclui abandonar o mercado único. Por outro lado, de acordo com a primeira-ministra, o Reino Unido tentará negociar um acordo de livre comércio com o bloco após a separação. “Não queremos que a União Europeia se desmembre, mas faltou flexibilidade em relação a Londres, e os britânicos perceberam”, acrescentou a premier, ressaltando que o bloco deve tomar a “Brexit” como uma “lição” se quiser ter sucesso.
No discurso, May foi otimista, afirmando que a saída da UE é uma oportunidade para o país se tornar ainda mais internacional. Muito criticada nos últimos meses por não ser clara nas propostas para a transição, ela adotou tom conciliador e disse que o Reino Unido quer negociar com os outros países da União Europeia.
“Vamos sair da União Europeia, mas não vamos abandonar a Europa. Queremos um Reino Unido mais justo, tolerante, mais unido do que nunca”, destacou. May afirmou ainda que a saída da UE tem como consequência o controle da entrada de migrantes. “Vamos continuar atraindo os melhores para estudar e trabalhar no Reino Unido, mas teremos que controlar o número de pessoas que entram”, acrescentou, deixando claro que a imigração tem que servir aos interesses britânicos.
Imigração — No pronunciamento, a premiê também disse que Londres retomará o controle de imigração com os países da União Europeia e sairá da jurisdição da Corte da Justiça da UE e do mercado único europeu. Este último ponto parecia ser um dos principais entraves às negociações, já que o Reino Unido indicava sua vontade de permanecer na área de livre circulação de bens, serviços e capitais na Europa.
Em novembro passado, a Alta Corte de Justiça da Inglaterra decidiu dar ao Parlamento a palavra final sobre a saída do Reino Unido da UE, contrariando o governo, que considerava desnecessária essa etapa pelo fato de o povo já ter imposto sua vontade no referendo de junho.
O caso foi parar na Suprema Corte, última instância da Justiça britânica, mas May decidiu se antecipar. No discurso desta terça, a primeira-ministra afirmou que o acordo final com Bruxelas será votado pelo Parlamento, esvaziando a batalha jurídica movida pela ativista pró-Europa Gina Miller, autora da ação.
(Com Agência Brasil e ANSA)
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