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Policial civil se torna ré na Justiça do DF por homicídio do marido
Caso será julgado no Tribunal do Júri de Brasília. Corregedoria da Polícia Civil apontou que marido dela não se matou, mas foi assassinado.
O policial civil Mirtes Gomes Amaro se tornou ré na Justiça do Distrito Federal nesta terça-feira (18) pela morte do próprio marido, o sargento da Polícia Militar Daniel Quezado Amaro. Ela responde por homicídio qualificado, com base no indiciamento da Polícia Civil. O caso será julgado no Tribunal do Júri de Brasília.
Segundo a Corregedoria da Polícia Civil, o marido dela foi morto, e não se matou. A versão do suicídio era defendida pela mulher em depoimento. O caso segue em sigilo.
Enquanto isso, há um ano e meio, a família do militar não tem sossego. Até este momento, não há resposta oficial sobre o caso do militar encontrado morto na sala do apartamento dele, no Sudoeste, com um tiro no peito.
A suspeita é de que ela tenha agido por ciúmes. Na investigação, depoimentos mostraram que Mirtes e Quezado não tinham uma relação saudável e que o casal estava passando por uma crise. A polícia também constatou que ela, que estava no apartamento na hora da morte, mudou o depoimento.
Na primeira versão, ela disse que o marido se matou com um tiro no peito na frente dela, segurando a arma com a mão direita. Na segunda versão, ela disse que ele segurava a arma com as duas mãos.
De acordo com o laudo do Instituto Médico Legal (IML), os peritos constataram que este é um caso incompatível com as características de suicídio. Por exemplo, o tiro foi na boca do estômago e Quezado tinha feito planos para chamar amigos para um churrasco – ou seja, não planejava se matar.
“Em relação ao local do crime, nos depoimentos percebe-se claramente que o local foi todo alterado, o que é péssimo, e o mesmo não podia ter sido liberado e limpo no dia seguinte, muito menos pela esposa da vítima”, diz a família em um documento feito com base nos apontamentos da polícia.
“A arma estava perto do corpo, porém ninguém soube dizer se havia marca no chão da queda da arma.”
Uma das principais angústias da família é a lentidão do processo. Desde abril, o inquérito policial foi encerrado e entregue ao Ministério Público, que até este momento não se manifestou. O MP disse que o caso está em análise.
Relembre
A morte do militar comoveu a corporação. O sargento era conhecido por promover ações sociais. Uma delas era para ajudar uma criança que tinha passado por diversas cirurgias e que sonhava em ser PM. Quezado estava na corporação há 20 anos, e morreu fazendo planos para se aposentar.
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