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Dois meses após primeira ação na Cracolândia, 264 kg de drogas foram apreendidos, diz governo

Segundo a Prefeitura de SP, foram realizadas 80 mil abordagens aos usuários e 43 mil atendimentos.
ois meses após a primeira ação na Cracolândia, o governo do Estado de São Paulo afirma que pelo menos 264 kg de drogas foram apreendidas e mais de 230 pessoas foram detidas por suspeita de participação no tráfico entre 21 de maio e 30 de junho.
Mais de 900 agentes dispersaram os usuários de drogas, que voltaram a se organizar na mesma região, agora na Alameda Cleveland, no Centro da capital. Segundo informações da Prefeitura da capital, foram realizadas 80 mil abordagens aos usuários e 43 mil atendimentos.
- Usuários da Cracolândia deixam baralho, fotos e anéis na Praça Princesa Isabel
Uma base da Guarda Civil fica estacionada na Praça Júlio Prestes, na região central. Próximo à ela ficam os dependentes de drogas. A Alameda Cleveland é o terceiro lugar ocupado pela Cracolândia em dois meses. Retirados das Ruas Helvetia e Dino Bueno, eles migraram para a Praça Princesa Isabel, e voltaram para a região do primeiro endereço.
Sandra Souza, proprietária de uma lanchonete, lamenta a falta de segurança. “Eles assaltam muito, eles roubam as lojas, furtam as lojas.”
A Praça Princesa Isabel foi liberada no dia 21 de junho e desde então a Prefeitura da capital instalou novas luminárias. Apesar da mudança, o recepcionista de um hotel da região diz que não recuperou o movimento, que chegou a diminuir 80%. “Tinha que por mais segurança aqui na rua, polícia patrulhar mais um pouco. Tem dia aqui que não passa uma viatura também”, afirma Rubens Silva Freire.
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Após nova dispersão feita pela polícia, dependentes químicos em situação de rua voltam a percorrer a Rua Helvetia
“Fim da Cracolândia”
Foi na madrugada do dia 21 de maio, após uma ação policial na região da Luz, no Centro de São Paulo, que o prefeito João Doria anunciou o “fim da Cracolândia” e o início do Redenção, programa municipal de combate ao uso de drogas.
Um mês após tal começo, entretanto, o “fluxo”, nome dado ao local que concentra os usuários, apenas tinha migrado dos quarteirões da Rua Helvétia para a Praça Princesa Isabel. Os dependentes revelam desconhecer as propostas da atual gestão, e dizem fazer parte do Braços Abertos, programa de redução de danos criado pelo ex-prefeito Fernando Haddad – e supostamente extinto por Doria.
O projeto de Haddad previa a reinserção social dos usuários de droga da Luz por meio de emprego e moradia em hotéis do bairro. Atualmente, 388 pessoas residem em sete hospedagens que continuam a prestar serviço, e a serem pagos pela Prefeitura.
Na prática, por ora, para esse grupo, nada mudou. Mas há o temor de despejo. “A gente não sabe pra onde vai, ninguém diz nada”, afirma uma beneficiária do antigo programa, que prefere não se identificar.
A Prefeitura confirmou que as 388 pessoas que estão nos hotéis pertencentes ao programa Braços Abertos seguem atendidas nesses locais até “que com o avanço das ações em andamento sejam implantadas soluções alternativas de acolhimento”.
Em nota enviada à imprensa nesta terça (20), a gestão municipal afirma que equipes da assistência social realizaram, desde o dia 21 de maio, 25.235 abordagens na região da Luz. Deste total, houve 10.786 encaminhamentos para acolhimento nos equipamentos da rede assistencial, 7.719 atendimentos na Unidade Emergencial de Atendimento, e 6.730 recusas de atendimento. Apenas no último domingo (18), foram feitas 1.293 abordagens na Luz, com 472 acolhimentos e 62 recusas.
A tenda na Rua Helvétia, que na gestão petista oferecia atividades de lazer, banho e espaço para descanso aos beneficiários, perdeu a placa com o nome “Braços Abertos” no dia 21. A retirada foi acompanhada pelo secretário de Assistência e Desenvolvimento Social, Felipe Sabará. Parte da programação também deixou de existir. O espaço segue acolhendo os dependentes químicos da área, com funcionamento 24 horas e, sob a nova administração, recebeu uma lona azul.
O fim do Braços Abertos era anunciado por Doria durante a campanha eleitoral. Algumas estruturas.
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Usuários de crack se reúnem na Cracolândia, em São Paulo
Cronologia
Após retirar os usuários da Rua Helvétia, a Prefeitura anunciou a desapropriação de imóveis na região. Um decreto foi publicado no “Diário Oficial” que afirmava garantir a gestão municipal a posse dos imóveis. A medida foi considerada arbitrária por especialistas.
Como parte do projeto da “Nova Luz”, a administração municipal também iniciou a demolição de alguns edifícios do bairro. Um imóvel chegou a ser derrubado com pessoas dentro. Após o ocorrido, a Justiça de São Paulo já havia proibido a administração municipal de remover compulsoriamente as pessoas da região da Cracolândia e de interditar e demolir imóveis com moradores.
A gestão de Doria acionou a Justiça para conseguir apreender usuários de droga da região para avaliação médica. O pedido também solicitava a internação compulsória de dependentes químicos.
O Ministério Público, a Defensoria Pública e o Conselho Regional de Medicina se posicionaram contrários às ações. A Justiça chegou a autorizar a busca e apreensão, mas a decisão foi derrubada dois dias depois.
O MP investiga se a Guarda Civil Metropolitana (GCM) cometeu o desvio de função durante operação na Cracolândia do dia 21. De acordo com a Promotoria, o inquérito civil apura a suspeita de que a GCM atuou e continua atuando irregularmente na Cracolândia ao revistar usuários de drogas como se fosse a Polícia Militar (PM)
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Arte mostra migrações da Cracolândia
Fonte: G1

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