Conecte Conosco

Notícias Recentes

Ex-governador do DF Paulo Octávio depõe sobre suposta propina em alvarás

Publicado

em

Político é réu em seis ações pelos crimes de organização criminosa, falsidade ideológica na emissão de alvarás e corrupção ativa. Processos são fruto da Operação Átrio, de 2011.

Paulo Octávio presta depoimento em investigações sobre suposto pagamento de propina

Paulo Octávio presta depoimento em investigações sobre suposto pagamento de propina

O ex-governador do Distrito Federal Paulo Octávio depôs como réu, nesta quarta-feira (12), em seis ações criminais ligadas ao suposto pagamento de propina para liberar alvarás das empresas dele. O processo não está em segredo de Justiça mas, mesmo assim, o juiz da 2ª Vara Criminal Wagno Antônio de Sousa barrou a entrada da imprensa na sala – dizendo que estava “lotada de advogados”.

As ações criminais também investigam falsidade ideológica na emissão de documentos e corrupção ativa. Também são réus da investigação os ex-administradores de Águas Claras, Carlos Sidney de Oliveira, e de Taguatinga, Carlos Jales.

Uma das obras “manchadas” pelo esquema, segundo o Ministério Público, foi o JK Shopping, em Taguatinga, que começou a funcionar em 2014, sem carta de habite-se. A Polícia Civil do DF encontrou indícios de que a autorização pra construção foi dada depois do pagamento a servidores das administrações regionais.

Fachada do JK Shopping, em Taguatinga (Foto: Reprodução/TV Globo)

Em um email de julho de 2013, anexado à denúncia do MP, um membro da diretoria de empreendimentos do Grupo Paulo Octávio identificado como Sérgio de Mattos escreve à arquiteta da obra. Ele diz que, por determinação da presidência da empresa, eles deveriam trabalhar com uma área de 121 mil metros quadrados para aprovar o projeto na administração regional.

Email enviado por membro de Grupo Paulo Octávio anexado à denúncia do Ministério Público (Foto: Reprodução/TV Globo)

Email enviado por membro de Grupo Paulo Octávio anexado à denúncia do Ministério Público (Foto: Reprodução/TV Globo)

O número é o mesmo que consta no alvará de construção, mas não corresponde à área real. No email, ele escreve que áreas adicionais deveriam figurar como “áreas técnicas”. Em resposta, a arquiteta da obra afirma que era preciso ter cuidado para que eventuais divergências não virassem problema para o habite-se. Diz, ainda, que precisava estudar melhor como faria a “maquiagem”.

Trecho do email de resposta da arquiteta da obra anexado aos documentos da investigação.  (Foto: Reprodução/TV Globo)

Trecho do email de resposta da arquiteta da obra anexado aos documentos da investigação. (Foto: Reprodução/TV Globo)

Maquiagem e crime

Segundo o promotor público Fabiano Mendes Rocha, entre os trâmites executados há uma “maquiagem devidamente construída e arquitetada” dentro do que o promotor chama de “organização criminosa entre os réus” com os administradores regionais. O objetivo, segundo Rocha, seria “conceder alvarás sem construir exigências”

“O benefício não é tão somente [o de] não se submeter às ordens urbanísticas, mas também no ponto de vista econômico, que você recolhe valores a menos para o poder público.”

A defesa do empresário Paulo Octávio negou que ele tenha cometido qualquer irregularidade e disse que o ex-vice governador conversou com agentes públicos na época porque “a tramitação de alvará é lenta”.

Clique aqui para comentar

Você precisa estar logado para postar um comentário Login

Deixe um Comentário

Copyright © 2024 - Todos os Direitos Reservados