A França passa atualmente pela sua pior crise de desabastecimento de manteigadesde a Segunda Guerra Mundial. Grande parte dos supermercados está praticamente sem estoque do produto e os preços sobem cada vez mais.
O desabastecimento, que já se espalhou por todo o país, é resultado da queda na produção de leite no país e da crescente demanda por manteiga em todo o mundo. Diante da escassez, alguns fornecedores interromperam ou diminuíram suas entregas, enquanto outros decidiram repassar custos mais altos para os revendedores e clientes.
Os preços do produto mais do que dobraram nas últimas semanas. O custo da manteiga industrial aumentou de 2.500 euros (9.500 reais) a tonelada em abril de 2016 para 7.000 euros (26.700 reais) no segundo semestre deste ano. Para efeito de comparação, no Estado de São Paulo, segundo o Instituto de Economia Agrícola (IEA), a média do preço do quilo da manteiga nesta quarta-feira é de 18,67 reais.
O resultado é que padeiros e fabricantes de bolos ou outros produtos que levam manteiga não podem mais obter uma quantidade suficiente do produto para manter os níveis normais de produção. Alguns supermercados – incluindo em áreas historicamente produtoras de manteiga, como a Bretanha ou a Normandia– tiveram que colocar notas em suas geladeiras se desculpando pela falta do artigo.
O ministro da Agricultura e Alimentação da França, Stéphane Travert, insistiu que o desabastecimento não irá durar, já que a produção de leite em breve se estabilizará. Contudo, industriais e agricultores alertam que a situação poderia continuar como está até o final do ano.
No país com maior nível de consumo de manteiga do mundo, a crise está criando uma dor de cabeça para o governo do presidente Emmanuel Macron. O líder francês tenta cumprir sua promessa eleitoral de apoiar os agricultores em suas negociações com as empresas para obter um preço justo por seus produtos, porém tem enfrentado fortes críticas por não conseguir conter a atual crise.
O presidente já enfrenta uma onda de rejeição após a aprovação de algumas reformas trabalhistas, assinadas no final de setembro. As taxas de aprovação de Macron caíram muito desde a posse, com críticos alegando que as mudanças irão beneficiar apenas os líderes empresariais e não os trabalhadores.
Você precisa estar logado para postar um comentário Login