Paul Manafort, ex-chefe de campanha do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se entregou nesta segunda-feira às autoridades para cumprir uma ordem de detenção parte da investigação da suposta ingerência russa nas eleições do ano passado no país. Um sócio de Manafort, Rick Gate, também envolvido com a campanha presidencial do atual chefe da Casa Branca, se apresentou ao FBI e será indiciado, segundo informam o jornal New York Times e a rede CNN.
Na sexta-feira passada, foi divulgada a aprovação, por parte de um grande júri em Washington, das primeiras acusações dentro da investigação liderada pelo procurador especial Robert Mueller sobre a suposta ingerência russa nas eleições do ano passado nos EUA e os possíveis contatos entre Moscou e a campanha de Trump. De acordo com o jornal The Wall Street Journal, Manafort comparecerá hoje a corte federal de Washington e, entre as acusações que responderá, está a de fraude fiscal e lavagem de dinheiro.
Manfort, veterano republicano em campanhas, uniu-se à equipe de Trump em março de 2016, e rapidamente foi promovido a chefe de campanha do atual presidente. Em agosto, ele foi demitido em meio a denuncias que teria recebido mais de 12 milhões de dólares em pagamentos não declarados de Viktor F. Yanukovych, ex-presidente da Ucrânia que mantinha relações próximas com o governo russo.
A investigação de Mueller, que não cita Trump ou a suposta ingerência russa nas acusações contra Manfort e Gate, também cobre as finanças e negócios familiares do chefe da Casa Branca, e procura determinar se o presidente incorreu em obstrução da Justiça quando demitiu em maio o então diretor do FBI, James Comey, que liderava o caso da ingerência russa.
Também nesta segunda, George Papadopoulos, outro ex-assessor da campanha eleitoral de Trump, declarou-se culpado de mentir sobre as relações com a Rússia ao FBI. “Através de suas falsas declarações e omissões, o acusado Papadopoulos impediu a investigação em curso do FBI sobre a existência de vínculos, ou de coordenação, entre indivíduos associados com a campanha e os esforços do governo russo para interferir nas eleições presidenciais de 2016”, indica a acusação assinada pelo procurador especial, Robert Mueller.
Papadopoulos admitiu ter ocultar suas conversas com um “professor” anônimo ligado a Moscou que sabia “podres” da democrata Hillary Clinton, rival do magnata republicano na corrida pela Casa Branca.
Em resposta aos acontecimentos desta segunda-feira, Trump apontou que “isso tudo é de anos atrás, antes de Paul Manafort fazer parte da campanha presidencial”. Em mensagem no Twitter, o presidente voltou a atacar Hillary Clinton, a quem chamou de “trapaceira”, e perguntou: “Por que ela e os democratas não são o foco?”.
Sorry, but this is years ago, before Paul Manafort was part of the Trump campaign. But why aren’t Crooked Hillary & the Dems the focus?????
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 30 de outubro de 2017
Neste domingo, Trump voltou a classificar de “caça às bruxas” a investigação do procurador sobre seus supostos laços com a Rússia. Em mensagens postadas na rede social, ele pediu que se “faça algo” contra as irregularidades que, segundo ele, foram cometidas por Clinton. Hoje, ele ressaltou que “não há conluio”, sobre as acusações de suas relações com a Russia durante as eleições.
(Com EFE)
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