O presidente do Quênia, Uhuru Kenyatta, foi reeleito para o cargo com 98,26% dos votos, informou a comissão eleitoral do país nesta segunda-feira. O pleito realizado na quinta-feira passada, realizado por ordem judicial após a anulação da votação em agosto, foi boicotado pelo candidato de oposição, Raila Odinga.
Segundo o órgão responsável por divulgar o resultado, o comparecimento às urnas foi de menos de 39%. Quatro locais onde o voto foi suspenso devido ao confrontos entre partidários de Odinga e a polícia ficaram de fora da contagem final. Juntos, os centros eleitorais, alguns dos principais bastiões de oposição no país que seguiram a recomendação do oponente de Kenyatta para boicotar as eleições, correspondem a 1,8 milhão dos 19,6 milhões de eleitores registrados no Quênia.
“Parece que a cada cinco anos enfrentamos os mesmos desafios, precisamos nos fazer algumas perguntas difíceis”, disse Wafula Chebukati, diretor da comissão eleitoral do Quênia, sobre os problemas que rondam o pleito. Segundo o jornal britânico The Guardian, Odinga irá fazer um pronunciamento sobre os resultados nesta terça-feira. As declarações do candidato à presidência são aguardadas com expectativa, tendo em vista o histórico de violência no país em decorrência de eleições.
Protestos durante o pleito da quinta-feira deixaram dezenas de feridos e pelo menos duas pessoas mortas em confrontos entre policiais e manifestantes favoráveis a Odinga. Entre sexta-feira e sábado, pelo menos três pessoas morreram em Kawangare, favela na parte oeste de Nairobi, a capital queniana. De acordo com Martin Kimani, enviado especial do governo de Kenyatta para conter a violência causada por movimentos extremistas, as vítimas foram escolhidas por terem participado da votação. “Estamos procurando por suspeitos, que são políticos, e prisões serão efetuadas em breve”, disse.
Em 2007, mais de 1.200 pessoas morreram no Quênia em decorrência de confrontos por conta dos resultados das eleições presidenciais daquele ano, quando Odinga foi derrotado e o país, com cerca de 47 milhões de habitantes, quase mergulhou em uma guerra civil. Neste ano, entre 55 e 75 pessoas foram mortas em incidentes relacionados às eleições no país.
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