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‘Máfia das funerárias’: MP denuncia 12 à Justiça por organização criminosa

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Também foram apontados crimes de falsa identidade, corrupção ativa e passiva. Segundo acusação, eram dois grupos distintos, que agiam de forma semelhante.

Jazigos do cemitério de Taguatinga, no Distrito Federal (Foto: Gabriel Luiz/G1)

O Ministério Público do Distrito Federal denunciou à Justiça 12 pessoas suspeitas de envolvimento na na chamada “máfia das funerárias”. O grupo foi alvo da operação “Caronte”, que apura, entre outros crimes, a cobrança de entre R$ 1,5 mil e R$ 8 mil por atestados de óbitos – sendo que o serviço é gratuito.

Todos os suspeitos foram denunciados por crime de organização criminosa. Parte também foi denunciada por crime de falsa identidade, utilização ilegal de telecomunicações, crime contra as relações de consumo, corrupção ativa e corrupção passiva. De acordo com a denúncia, são dois grupos distintos que atuavam de forma semelhante.

A denúncia foi feita na última quarta-feira (8). Ao todo, dez dos alvos estão presos por tempo indeterminado. Dois foram soltos quando expirou a prisão temporária de cinco dias. Eles sinalizaram que tinham intenção de colaborar com as investigações.

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Entenda

Segundo as investigações, feitas pelo MP em parceria com a Polícia Civil, os suspeitos faziam serviços como sepultamento, embalsamento, cremação e traslado de corpos. Para conquistar novos contratos, captavam ilegalmente a frequência dos rádios da Polícia Civil em busca de informações sobre mortes aparentemente naturais.

Eles então ligavam para os familiares da vítima para assediá-los. Nesses contatos, fingiam ser servidores do Instituto de Medicina Legal (IML). De forma enganosa, afirmavam que a pessoa recém-falecida seria submetida a procedimento de necropsia.

“Em outros casos, após anotar as informações interceptadas ilegalmente, os acusados, também simulando serem servidores do IML, ligavam para os familiares informando que haveria uma equipe da ‘assistência funerária de plantão’ que se deslocaria para o local junto com a equipe do IML”, diz o MP.

“Eles levavam as vítimas a acreditar que o serviço privado que pretendiam forçar a família a aceitar tivesse caráter público ou algum tipo de vínculo com o Estado. O preço, que muitas vezes só era tratado no local, dependia da condição financeira do falecido e dos familiares.”

O esquema contava com a colaboração de dois funcionários do Hospital Regional de Taguatinga (HRT). Eles são acusados de repassar informações sobre mortes ocorridas ou na iminência de ocorrer para que o restante do grupo possa assediar as famílias ainda no hospital.

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