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Terracap não recebe nenhuma proposta para terreno de shopping

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A venda de lotes no Setor Noroeste garantiu R$ 751 milhões para o caixa da Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap), mas a principal projeção do edital da licitação ocorrida ontem não foi arrematada. O terreno de 61 mil metros quadrados destinado à construção de um shopping não recebeu nenhuma proposta, frustrando as expectativas da empresa e do próprio setor imobiliário. Além do preço alto — a projeção era oferecida por um lance mínimo de R$ 257 milhões —, o curto prazo para pagamento pode ter sido um empecilho na comercialização. Para vender o lote, a Terracap quer receber 25% do valor de entrada e o restante em apenas três parcelas.

Apesar da cautela dos grupos que poderiam investir no centro comercial, a procura das construtoras do Distrito Federal pelas demais projeções no bairro nobre foi grande. Dos 60 lotes ofertados para a construção de prédios residenciais, 40 foram licitados e outros três terrenos da segunda quadra comercial acabaram vendidos — o edital continha cinco lotes do tipo. De acordo com a Terracap, o restante dos lotes que não foram arrematados ontem voltará a ser oferecido a partir de fevereiro do ano que vem. “O empresariado mostrou a força que o mercado de imóveis tem em Brasília”, afirmou o diretor de Desenvolvimento e Comercialização da Terracap, Deusdeth Finotti.

Finotti esperava que o terreno do shopping fosse arrematado logo na primeira licitação. Ontem, ele disse que os investidores podem não ter tido tempo suficiente para amadurecer o tipo de negócio que construiriam na projeção. “Lançamos o edital em 30 de outubro e sabemos que o prazo foi curto para as empresas fazerem estudos de viabilidade a fim de dar segurança ao investimento”, disse. Mesmo com a projeção não sendo vendida, ele descarta que o preço será reduzido nas próximas vezes que for colocada à venda. “Não foi questão de preço, mas de tempo mesmo. Quisemos mostrar que existe um lote para shopping no Noroeste. Agora, os investidores estão fazendo contas”, ressalta.

Para o presidente da Associação de Empresas do Mercado Imobiliário do Distrito Federal (Ademi-DF), Paulo Muniz, o problema foi o prazo de pagamento, em apenas três parcelas. “O preço da projeção é muito alto, e um negócio desse tipo leva tempo para maturar. O retorno do dinheiro é a longo prazo”, disse. Muniz contou que as empresas do mercado imobiliário sugeriram que a Terracap aumentasse o prazo para o pagamento de todas as projeções, inclusive as residenciais (hoje estabelecido em 36 meses), mas a estatal não acatou. “Se tivessem deixado dar um sinal menor e dado um prazo de pagamento maior, 100% das projeções teriam sido vendidas”, acredita.

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