O Distrito Federal tem 86 casos suspeitos de febra amarela sob análise, segundo a Secretaria de Saúde. Somente em 2017, duas mortes foram confirmadas por contaminação da doença, que é transmitida principalmente pelo mosquito Aedes aegypti. Segundo o GDF, essas duas pessoas foram infectadas em Goiás e em Minas Gerais.
Segundo o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, de dezembro de 2016 a 31 de maio de 2017, o DF registrou 54 casos de febre amarela, sendo 49 descartados.
Um dos casos investigados na capital é o do psicológo de 43 anos internado em estado “gravíssimo” e com suspeita de morte cerebral– ele tomou a vacina contra a doença há 19 anos. Segundo o Ministério da Saúde, a eficácia da imunização varia entre 95% e 99%.
Por conta disso, a Secretaria de Saúde montou um posto de vacinação improvisado no salão de festas do prédio onde o homem morava, na quadra 301 do Sudoeste. Cerca de 60 pessoas foram imunizadas.
‘Não há risco’
Segundo o GDF, a capital é uma região com “recomendação permanente de imunização”, o que significa que todas as crianças a partir dos 9 meses e adultos até 59 devem ser imunizados – uma dose é suficiente. No entanto, o secretário de Saúde, Humberto Fonseca, garante que não há risco de surto da doença.
“Brasília vacina há décadas, então temos uma população bem coberta. Não há nenhum risco de surto de febre amarela aqui. Nós estamos aqui cumprindo o protocolo do ministério, que é igual para um caso suspeito ou para um caso confirmado. “
O estoque de vacinas no DF deve suportar a demanda pelos próximos dois meses, segundo Fonseca. Ele afirma que mais de 90% da população já está imunizada. Ao todo, há 30 mil doses disponíveis.
No Brasil
O último relatório do Ministério da Saúde sobre a febre amarela aponta que o Brasil “vive o maior surto de febre amarela observado nas últimas décadas”. De dezembro de 2016 a 31 de maio de 2017, foram notificados 3.240 casos, sendo 792 confirmados e 519 ainda sob investigação. O número de mortes confirmadas em decorrência do vírus foi de 274.
Ainda segundo o levantamento, Minas Gerais e Espírito Santo são os estados que aparecem como os maiores índices de infecção e mortes por febre amarela. No primeiro, foram confirmados 487 casos da doença e 165 mortes. No segundo, foram 260 casos e 85 mortes. Os óbitos nos demais estados não passaram de 10.
Urbana ou silvestre?
A Organização Mundial de Saúde (OMS) e o governo brasileiro distinguem dois “tipos” de febre amarela: a urbana e a silvestre. As duas são causadas pelo mesmo vírus e têm os mesmos sintomas. A diferença, como apontam os nomes, está no local de contágio.
No caso da febre amarela silvestre, a transmissão é feita por mosquitos que vivem na beira de rios e córregos, como o Haemagogus e o Sabethes. Eles picam macacos infectados com a doença e “carregam” o vírus até humanos saudáveis.
Na febre amarela urbana, esse mesmo processo é feito por mosquitos da cidade – em especial, o Aedes aegypti, que também transmite dengue, zika e chikungunya. Nesse caso, o vírus é “obtido” a partir de pessoas doentes, e não de macacos.
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