O presidente Michel Temer repetiu que só colocará em votação a proposta de reforma da Previdência se houver segurança de aprovação. “Havendo voto, vai a voto”, disse. A declaração foi dada após almoço com o presidente da Bolívia, Evo Morales.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), reforçou o entendimento do presidente sobre o calendário de votação da reforma, que não será pautada enquanto as condições não forem favoráveis ao governo. “Vamos fazer conta primeiro para ver se a gente tem número. A gente não vai a voto sem número.”
Como se trata de alteração constitucional, o governo precisa de 308 votos para aprovar a proposta em dois turnos.
Temer se disse otimista por uma combinação de fatores, como o apoio da imprensa, o aumento da compreensão do que é a proposta, o entendimento pela sociedade de que a mudança é “indispensável” e a maior sensibilização de deputados e senadores. “Vocês batem em mim, mas não na reforma.”
O presidente atribuiu essa melhora às reuniões do fim de semana. Entretanto, não se arriscou a mensurar as chances de aprovação da reforma numa escala de zero a 10.
O presidente afirmou que conversou com o presidente do PSDB, Alberto Goldman, e ouviu dele que “muito possivelmente” trabalharia para que o partido feche questão em torno da reforma. Maia admitiu que, se a bancada do PSDB fechar questão, outros também devem seguir o exemplo dos tucanos.
Congresso
Maia repetiu o “mantra” de que a matéria precisa passar para garantir a futura aposentadoria dos atuais contribuintes e criar um sistema previdenciário mais equilibrado. O deputado disse que, nas últimas semanas, o tema passou a ser mais bem explicado para a sociedade. “Essa emenda constitucional, bem explicada, tenho certeza de que, a cada dia que passar, vai ter mais brasileiros aprovando sua votação”, afirmou.
Considerado um avalista da proposta, Maia disse estar seguro de que a base aliada terá votos suficientes para aprovar a PEC, mas que não sabe ainda se pautará o tema já para a próxima semana.
Questionado sobre a possibilidade de fechamento de questão na bancada do DEM, Maia disse que um partido historicamente defensor de um Estado com contas ajustadas apoia a reforma e que, conversando, a legenda terá um número expressivo de votos pró-reforma. “O DEM tem votado majoritariamente com a orientação do líder e do presidente sem fechar questão. Acho que, conversando, o partido terá um número bem grande de parlamentares votando a reforma da Previdência”, desconversou.
Maia disse que ainda não sabe se aumentou a margem de votos a favor da PEC, mas que os partidos ainda estão conversando internamente. “Tenho muita esperança de que a gente possa votar neste ano. Essa matéria será votada em algum momento. Quanto mais distante do dia de hoje, maior será a necessidade da reforma, mais dura será a reforma”, previu.
O parlamentar destacou que não há espaço no calendário para que o tema tenha condições de ser votado no Senado em 2017, uma vez que as atividades legislativas se encerram em poucas semanas.
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