A Companhia de Saneamento do Distrito Federal (Caesb) informou que está marcado para esta segunda-feira (8) o pregão eletrônico de contratação da empresa responsável pela obra que permitirá o uso do “volume morto” do Descoberto – principal reservatório da capital.
O termo, que ficou famoso durante a crise hídrica de São Paulo, se refere ao nível mais profundo da barragem de água, que não pode ser alcançado pelas bombas tradicionais.
Segundo a companhia, a previsão é investir R$ 494,5 mil na construção de uma tubulação especial – necessária para retirar a água da bacia. Em outubro de 2017, a Agência Reguladora de Águas do Distrito Federal (Adasa) liberou parte dos recursos acumulados com a tarifa de contingência para que a Caesb pudesse fazer as obras.
A companhia disse que a água do volume morto não será distribuída de forma bruta e que tem “tecnologia e capacidade para tratar” a água coletada das partes mais profundas do reservatório. Em geral, essa água tem maior índice de contaminação e sujeira porque os metais pesados e o entulho, por exemplo, tendem a ir para o fundo da água.
De acordo com a Caesb, a purificação desse recurso ocorrerá da mesma forma como é feito, atualmente, na Estação de Tratamento de Água do Descoberto. Hoje, a companhia faz análises operacionais de hora em hora para controlar os parâmetros e “ter absoluta segurança da qualidade da água a ser distribuída à população”. As normas do Ministério da Saúde preveem que essas análises devam ser realizadas de duas em duas horas.
A Caesb afirmou, em nota, que espera “concluir o serviço em maio de 2018”. O órgão, no entanto, apontou que o aproveitamento do volume morto deverá ser feito apenas em caso de necessidade.
Em 7 de novembro do ano passado, o reservatório do Descoberto atingiu o nível de 5,3% – o mínimo histórico. Apesar desse índice, as chuvas fortes e frequentes que caíram sobre o Distrito Federal no fim de 2017 fizeram o volume da barragem aumentar e, na tarde deste domingo (7), a bacia operava com 34,8% da sua capacidade. As medições são feitas diariamente pela Adasa.
A subida do reservatório foi maior até do que esperava a agência. Para o Descoberto, responsável pela água de dois terços dos moradores do DF, a Adasa traçou três cenários entre janeiro e fevereiro – um pessimista, um realista e um otimista.
As três curvas preveem índices de 12%, 15% e 18% até fim de janeiro na bacia, respectivamente. Segundo a medição deste domingo, o DF já ultrapassou todos os cenários.
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) informou que a chuva deve ficar acima da média histórica e, por isso, a tendência é de que este cenário continue. Mesmo nesse caso, não há uma indicação de que o racionamento de um dia chegue ao fim.
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