O número de manifestantes presos na Tunísia chegou a 600, após três dias de conflitos com as forças de segurança local. O Exército foi enviado a diversas cidades para conter os protestos violentos.
As manifestações pacíficas e esporádicas haviam começado na semana passada, contra a alta de preços, novos impostos e o desemprego que assolam o país. Contudo, se tornaram violentas na segunda-feira à noite, especialmente em Túnis e Teburba, a oeste da capital, onde um homem faleceu durante uma manifestação.
“Trezentas e trinta pessoas envolvidas em atos de sabotagem e roubos foram presas na última noite”, disse o porta-voz do Ministério do Interior, Khelifa Chibani, nesta quinta-feira, elevando o número de detidos desde o início dos protestos para 600.
O Exército foi enviado a diversas cidades do país, incluindo Sousse, Kebeli, Bizert e Thala, para proteger prédios do governo que se tornaram alvos de manifestantes. Ao menos 49 policiais ficaram feridos nos conflitos em todo o país, segundo o Ministério do Interior. O número de manifestantes feridos não foi divulgado oficialmente.
Embora a Tunísia seja amplamente vista como a única história de sucesso democrático entre os países da Primavera Árabe, o país já teve nove governos diferentes desde a derrubada do líder autoritário Zine El-Abidine Ben Ali, nenhum deles capaz de lidar com os crescentes problemas econômicos.
O primeiro-ministro da Tunísia, Youssef Chahed, acusou na quarta-feira a oposição de impulsionar dissidência ao convocar mais protestos. Os ativistas da campanha “Fech Nestannew” (“O que estamos esperando”, em português), lançada no início do ano contra o aumento dos preços, convocaram uma manifestação em massa na sexta-feira.
(Com Reuters e AFP)
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