Ataques do governo da Síria e de seus aliados mataram ao menos 100 pessoas no território rebelde de Guta Oriental, a leste de Damasco, nas últimas 24 horas, informaram grupos de monitoramento da guerra.
Ataques aéreos, foguetes e bombardeios nos subúrbios sitiados de Damasco também feriram 325 pessoas, informou o Observatório Sírio para Direitos Humanos. Ao menos 20 crianças estão entre os mortos deixados pelos ataques.
De acordo com o diretor da organização, Rami Abdel Rahman, este é o maior balanço de vítimas civis em apenas um dia nesta região desde o início de 2015. Os hospitais de várias cidades próximas estavam lotados e suas equipes sobrecarregadas.
As Forças Armadas sírias tentam retomar o controle de Guta Oriental, uma região controlada pelos insurgentes desde 2012 e último reduto rebelde nos arredores de Damasco. Antes dos bombardeios desta segunda, vários aviões de reconhecimento sobrevoaram a zona.
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 400.000 pessoas vivem em Ghouta Oriental, um bolsão de cidades satélites e fazendas sob sítio do governo desde 2013. O Observatório Sírio para Direitos Humanos informou que os ataques começaram no domingo e ainda continuam nesta terça-feira.
De acordo com a Defesa Civil, aviões de guerra e artilharia atingiram Saqba, Jisreen e outras cidades na região. O serviço de resgate, que opera em território rebelde, informou que os ataques mataram 20 pessoas e feriram dezenas somente na cidade de Hammouriyeh na segunda-feira.
O Exército sírio ainda não comentou as mortes. O governo de Damasco diz ter como alvos somente militantes, mas nos últimos anos foram registrados diversos ataques contra civis.
Resposta internacional
A ONU pediu o fim imediato dos ataques nesta terça-feira. Os bombardeios contra civis “têm que parar imediatamente”, afirmou o coordenador da organização para a Ajuda Humanitária na Síria, Panos Moumtzis. “É imperativo pôr fim imediatamente a este sofrimento humano insensato”, completou Moumtzis em um comunicado.
“A recente escalada de violência agrava uma situação humanitária que já é precária para os 393.000 habitantes de Guta Oriental, onde muitas pessoas estão deslocadas”, explicou o coordenador da ONU.
(Com Reuters e AFP)
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