Londres – Nenhum país da África completará o objetivo da ONU de erradicar a desnutrição até o ano 2030, segundo um estudo divulgado nesta quarta-feira na revista “Nature”.
A análise lança mão de dois mapas nos quais se detalha o impacto da desnutrição e do analfabetismo na população africana, para que ajudem a identificar as regiões onde os objetivos de desenvolvimento não estão sendo cumpridos.
Estes mapas, que englobam o período de tempo entre 2000 e 2015, revelam que a maioria dos países africanos, especialmente aqueles da África Subsaariana, mostra uma melhoria na desnutrição ao longo dos 15 anos pesquisados, embora as disparidades individuais entre países continuem.
Os autores apontam que as regiões com um crescimento mais lento, como Chade e Somália, receberam menos ajuda internacional em questões como saúde para a infância e, além disso, sofreram conflitos de longa duração.
O professor Simon Hay, pesquisador da Universidade de Washington e líder do grupo que realizou o estudo, coletou dados sobre conquistas individuais, atendendo a fatores como educação, idade, altura e peso de milhares de crianças de diferentes populações.
Depois, combinaram esses dados com informação como o clima local e a geografia do lugar onde residem estas pessoas.
O resultado foi uma série de mapas que mostram as mudanças e falhas no crescimento e na educação das crianças na África em um período de 15 anos.
O artigo lembra que a desnutrição pode causar problemas no crescimento, atrofia e perda de peso abaixo dos níveis saudáveis.
Por outra parte, assinala que a educação é outro dos fatores do desenvolvimento de uma sociedade, unindo sua consecução ao aumento do capital humano e social, melhorias na mobilidade, na igualdade de gênero e em soluções sanitárias para mulheres.
Entre estes índices de progresso, nenhum país do continente conseguirá cumprir o objetivo da ONU de erradicar a desnutrição até 2030.
Em artigo publicado também na “Nature” e que acompanha o estudo, o ex-secretário geral da ONU, Kofi Annan, afirmou que os mapas mostram o progresso ao longo do tempo, apesar das grandes diferenças entre os países africanos.
“Este tipo de informação pode mostrar aos governos e às agências internacionais para onde é preciso destinar os programas e os recursos”, destacou Annan.
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