Adis Abeba – O secretário de Estado americano, Rex Tillerson, afirmou nesta quinta-feira que os Estados Unidos estão “longe” de abrir negociações com a Coreia do Norte, apesar de Pyongyang ter se comprometido a negociar sua desnuclearização em troca de garantias.
Tillerson fez esses comentários na Etiópia depois que nesta semana uma delegação sul-coreana se reuniu na Coreia do Norte com o líder norte-coreano, Kim Jong-un.
A delegação anunciou que Pyongyang está disposto a falar com Washington pela primeira vez em mais de dez anos, com o oferecimento abandonar seu arsenal nuclear se for garantida a sobrevivência do regime.
Essa histórica viagem se saldou também com a convocação para final de abril de uma cúpula de líderes de ambas Coreias – a terceira na história – e a abertura de uma linha direta de comunicação entre o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, e Kim Jong-un.
Em entrevista coletiva em Adis Abeba com seu homólogo etíope, Workneh Gebeyehu, Tillerson afirmou hoje que “se trata de sinais potencialmente positivos que vêm da Coreia do Norte pelo seu acordo de conversas com a Coreia do Sul”.
“Mas nós estamos longe de negociações”, ressaltou o chefe da diplomacia americana, ao acrescentar que “o primeiro passo é ter algum tipo de diálogo sobre o diálogo”.
Pouco antes, na sede da União Africana (UA) em Adis Abeba, Tillerson instou os países do continente a exercer pressão sobre o regime norte-coreano.
“Reitero nosso desejo de que as nações africanas apliquem pressões concretas diplomáticas e econômicas sobre a Coreia do Norte”, declarou o secretário de Estado em entrevista coletiva junto ao presidente da Comissão da UA, Muossa Faki Mahamat.
O presidente americano, Donald Trump, disse nesta terça-feira que acredita que a Coreia do Norte está sendo “sincera” nos seus esforços de diálogo com Washington e Seul, mas indicou que só chegou a esse ponto graças às sanções internacionais e à pressão da China.
Tillerson começou hoje na Etiópia uma viagem pela África que lhe levará também a Djibuti, Quênia, Chade e Nigéria, na qual abordará questões como a hegemonia comercial da China no continente.
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