Em setembro do ano passado, o então secretário executivo do Ministério do Trabalho, Antônio Correia de Almeida, pediu demissão. Aborrecido, disse ao então ministro, Ronaldo Nogueira, do PTB gaúcho, que estava saindo por não concordar com as irregularidades que estava acontecendo dentro e fora de alguns gabinetes da pasta. Segundo ele, havia casos grotescos de falsificação de assinatura, sumiço de relatórios de investigação, saques suspeitos e pagamentos ilegais. Cinco meses depois de entregar o seu cargo, Correia formalizou suas denúncias à Polícia Federal e contou detalhes de como membros do PTB estão operando no Ministério do Trabalho.
“Algumas vezes, o ministro se queixou para mim: ‘Devo lealdade ao Jovair (…) Porque você sabe: o Jovair me pede. Eu estou no cargo por indicação dele’. E ele mandou pagar uma das faturas da B2T”, diz o ex-número 2 do Ministério do Trabalho. Correia se refere ao deputado federal Jovair Arantes, líder do PTB na Câmara, e à empresa de tecnologia B2T, contratada pela pasta para identificar fraudes nos pedidos de seguro-desemprego. Essa licitação foi considerada suspeita pela Controladoria-Geral da União (CGU), que mandou suspender os pagamentos para a companhia. Correia também denunciou saques irregulares ocorridos no Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). “Isso passou por gente do Leonardo Arantes (sobrinho de Jovair)”, afirma o ex-secretário executivo.
Você precisa estar logado para postar um comentário Login