Conecte Conosco

Saúde

Saiba quais doenças representam um risco global, segundo a OMS

Publicado

em

Entidade divulga lista com oito doenças, incluindo a zika, que devem estar no centro das pesquisas para o desenvolvimento de tratamentos e vacinas

A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou na quarta-feira, 14, a lista de doenças que devem estar no centro das pesquisas devido ao alto risco de causarem emergências de saúde pública e ausência de medidas suficientes para contê-las. O relatório faz parte de uma revisão periódica da organização. No trabalho, são identificadas doenças que necessitam de esforços de pesquisa e desenvolvimento (P&D) para a produção de tratamentos e vacinas com o objetivo de ajudar a controlar possíveis surtos.

Entretanto, o trabalho não indica as causas mais prováveis de uma próxima epidemia. A primeira lista com doenças prioritárias para P&D foi lançada em dezembro de 2015. Desde então, ela foi revistada em janeiro de 2017 e entre 6 e 7 de fevereiro de 2018.

 

Doença X

A doença X tem esse nome porque trata-se apenas de uma hipótese e está na lista para alertar os cientistas sobre a necessidade de estarem  preparados para enfrentar o desconhecido. De acordo com a OMS, ela “representa a consciência de que um agente patógeno atualmente desconhecido pode causar uma epidemia internacional grave”.

“A experiência nos ensinou que seremos atingidos por algo que não previmos”, disse o médico Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos, relembrando que isso foi o que ocorreu com os vírus zika e ebola.

Febre hemorrágica da Crimeia-Congo

O vírus causador desta doença provoca surtos graves de febre hemorrágica, com uma taxa de mortalidade de até 40% dos infectados. É uma enfermidade endêmica na África, na zona europeia dos Balcãs, no Oriente Médio e da Ásia. Os principais vetores de transmissão ao ser humano são os carrapatos e o gado. Entre humanos, o contágio  é possível pelo contato com sangue e outros líquidos corporais dos infectados. Não há vacina para pessoas ou animais, segundo informações da BBC.

Vírus ebola

A doença causada pelo ebola é grave e, frequentemente, mortal. Ela já gerou diversos alertas sanitários globais – sua taxa de mortalidade gira em torno de 50%.Os primeiros surtos foram registrados em vilarejos remotos da selva da África Central e Ocidental. O tratamento precoce, combatendo a desidratação do paciente, e dos sintomas têm aumentado o número de sobreviventes, mas ela ainda é vista como grave ameaça, segundo a BBC.

A higiene e a segurança na forma de enterrar os mortos é a melhor maneira de prevenir contágios em massa, como os que produziram o surto de 2014-2016.

Vírus de Marburg

Gera uma doença grave e, com frequência, mortal. Uma espécie de morcego atua como hospedeiro e o transmite para as pessoas, que podem se contagiar entre si. Os infectados desenvolvem uma febre hemorrágica grave, que tem uma taxa de mortalidade de 50%. Muitos dos sintomas são indistinguíveis do ebola. A doença de Marburg deve seu nome à cidade alemã de mesmo nome, onde foi registrado o primeiro surto, em 1967, causado por macacos vindos de Uganda. O vírus é endêmico da África Equatorial, e os surtos mais recentes surgiram neste continente.

Febre de Lassa

Essa doença hemorrágica aguda da África Ocidental é causada por um vírus transmitido pelo contato com alimentos ou utensílios contaminados ou pelo excremento de roedores. A taxa de mortalidade varia entre 1% e 15%, mas ainda não existe vacina para a febre de Lassa, e, neste mês, foi dado um alerta de que ela está se espalhando rapidamente na Nigéria e já ameaça outros países.

Síndrome respiratória por coronavírus do Oriente Médio

O vírus que provoca o mal foi detectado pela primeira vez em 2012, na Arábia Saudita. É uma doença respiratória cujos sintomas são tosse, febre e dificuldade para respirar. É geralmente acompanhada por uma pneumonia. Ocasionalmente, também ocorrem ao mesmo tempo problemas gastrointestinais, como diarreia. Segundo os dados da OMS, cerca de 35% dos pacientes não resistem à doença.

Síndrome respiratória aguda grave (SARS, na sigla em inglês) É uma forma de pneumonia provocada por um vírus identificado pela primeira vez em 2003. Os pacientes têm problemas respiratórios agudos e, nos piores casos, morrem. O surto inicial ocorreu em 2002, em Cantão, na China, a partir de onde se espalhou para outros países asiáticos e para Toronto, no Canadá. Pouco depois, entrou em remissão, mas a OMS considera ainda haver perigo.

Febre do Vale Rift

Essa doença tem mais incidência entre animais do que entre pessoas. Os seres humanos são infectados pelo contato com sangue e órgãos de animais. Às vezes, também por picadas de mosquitos. Não há contágio frequente entre humanos. A maioria dos casos são leves, mas alguns pacientes desenvolvem uma variante mais grave que surge associada a problemas oculares, meningoencefalite ou febre hemorrágica. Segundo a OMS, o vírus foi identificado pela primeira vez em 1931 no Vale Rift, no Quênia, na África, e, “desde então, foram registrados vários surtos na África Subsaariana”.

Mas, com o comércio de gado infectado, a doença já chegou a países como Somália, Egito, Arábia Saudita e Iêmen, causando preocupação “por sua possível propagação para outras zonas da Ásia e da Europa”.

Zika

A doença é causada por um vírus transmitido principalmente pelos mosquitos do gênero Aedes aegypti. Os pacientes têm sintomas como febre moderada, conjuntivite, dores musculares e articulares. Também podem ter dor de cabeça. Sabe-se que existe uma relação causal entre o zika e a microcefalia congênita de muitas crianças que foram expostas ao vírus ainda em sua gestação. E, em certos casos, isso é acompanhado por problemas neurológicos. O zika continua a ter uma especial incidência na América Latina, sobretudo no Brasil.

Infecção pelo vírus Nipah e doenças relacionadas aos henipavírus

O vírus Nipah é um vírus transmitido por morcegos que apareceu pela primeira vez em 1998, em Kampung Sungai Nipah (Malásia). Nessa ocasião, os suínos foram os hospedeiros intermediários. Em 2004, o vírus Nipah infectou várias pessoas após terem tomado suco fresco de tâmaras, contaminadas por morcegos frutívoros.

O índice de letalidade do patógeno é alto: em cada 100 infectados, de 40 a 79 morrem. A infecção pelo vírus Nipah pode provocar desde síndromes respiratórias agudas até encefalites mortais. Atualmente, ainda não existe uma vacina de prevenção ou cura, somente um tratamento primário.

Clique aqui para comentar

Você precisa estar logado para postar um comentário Login

Deixe um Comentário

Copyright © 2024 - Todos os Direitos Reservados